O braço líbio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) ainda conta com
pelo menos mil homens armados de diversas nacionalidades no centro da
Líbia, declarou nesta quarta-feira (30) o general Mohammed al Ghosari,
porta-voz da aliança de milícias de Misrata, que liberou a cidade líbia
de Sirte. A informação é da EFE.
O oficial descartou no entanto,
em declarações à imprensa, a realização de uma operação bélica contra o
EI nas posições recuperadas no sul da cidade. "Esta região fica fora da
jurisdição das nossas forças. A nossa missão se limita a garantir a
segurança no território entre Sirte e Misrata", comentou.
Essas declarações ocorrem apenas dois dias após a agência Amaq, órgão
de propaganda do EI, divulgar um vídeo que mostra como o braço líbio do
grupo criou novos postos de controle em uma estrada que liga o oásis de
Kufra e a cidade costeira de Abuqrim, situada entre Sirte e Misrata.
Representantes
militares locais e analistas internacionais advertem que o braço líbio
do EI conseguiu se reorganizar no centro-norte da Líbia apenas nove
meses após ser expulso de Sirte.
Este ressurgimento levou as
Bunyan al Marsous, forças próximas ao governo de unidade sustentado pela
ONU em Trípoli e comandadas pela cidade de Misrata, a decretarem estado
de alerta máximo no final de julho.
Essas forças acusam o
general Khalifa Hafter - apoiado pela Rússia, Egito e Emirados Árabes -
de se eximir do problema na região e utilizar a ameaça do Estado
Islâmico para seus propósitos políticos, como ocorreu durante o cerco a
Sirte.
O general, um ex-integrante da cúpula militar que levou
Muammar Kaddafi ao poder e que anos depois, recrutado pela CIA, se
tornou o principal opositor do regime no seu exílio nos Estados Unidos,
não tomou parte na operação de reconquista de Sirte. No entanto, ele
aproveitou os bombardeios americanos e o avanço das tropas de Misrata
para tomar os portos vizinhos de Sidra e Ras Lanuf, vitais para a
exploração da indústria petroleira da Líbia.
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