Um mercado em transformação, com novos consumidores potenciais e a
carência de estratégias para a formação de novos leitores é a descrição
do mercado literário brasileiro, feita por escritores. O mercado reúne
profissionais apaixonados pelo que fazem.
"Nós todos que trabalhamos com escrita, com texto, com formas de
abstração, somos todos sonhadores", diz a autora e editora na Página
Editora, de Belo Horizonte (MG), Cláudia Rezende. "Acredito muito na
literatura, na força de formar um leitor fluente, na diferença que isso
faz na vida das pessoas", acrescenta.
Cláudia publicou o primeiro livro este ano, Poli Escolhe,
que tem como tema o processo de escolha das crianças. O lançamento vem
junto com um trabalho já conhecido de autores, de divulgação, de
lançamento da obra, de distribuição e vendas.
"Há crise no mercado, temos editoras fechando, livrarias em
dificuldade, mas, por outro lado, temos também uma facilidade maior de
publicar. Na editora recebemos muita procura por publicação", diz.
Segundo ela, editoras pequenas, como a Página são as que "estão
realizando sonhos. Antes, dependia-se de grandes editoras, agora não",
afirma.
Cláudia destaca, no entanto, que a concorrência editorial é alta,
sobretudo com livros impressos em outros países, de baixo custo. "A
gente nem visa a determinados públicos porque não há como concorrer com
dois livros a R$ 10", diz. A estratégia tem sido, então, segundo ela,
recorrer à maior qualidade, à busca por obras que reflitam as ideias de
cada autor.
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