Salto alto: Doença causada pelo uso prolongado do calçado afastou Xuxa da televisão
Calçado altera o centro de equilíbrio do
corpo e sobrecarrega pés, joelhos e coluna. Mas há saída para evitar
problemas sem abandonar o sapato.
Um boletim médico divulgado na última
segunda-feira confirmou que a apresentadora Xuxa precisa se afastar da
televisão para tratar uma doença que atinge o seu pé esquerdo, a
sesamoidite, causada principalmente pelo uso prolongado de sapatos de
salto alto. A recuperação, que será de no mínimo seis meses, inclui
repouso e interdição do calçado.
O caso de Xuxa chama a atenção para um
fato muitas vezes ignorado pelas mulheres: os prejuízos do salto alto à
saúde. Os potenciais danos vão dos pés à coluna, passando pela
panturrilha e joelhos. Optar por modelos mais confortáveis e manter um
bom alongamento são formas de evitar ou atenuar problemas sem abdicar do
salto alto.
Um dos motivos pelos quais esse calçado
ameaça a saúde é o fato de ele mudar o centro de gravidade do corpo. O
peso de uma pessoa se concentra na parte de trás do pé. Com o salto
alto, essa carga é transferida para a frente. Quanto maior a inclinação
do pé sobre o sapato, maior o dano. Como forma de compensar esse
desequilíbrio, joelhos e colunas ficam sobrecarregados, havendo um risco
de desgaste da cartilagem nessas regiões.
Doença de Xuxa – A sobrecarga
causada pelo salto alto pode desencadear sesamoidite, a doença de Xuxa,
que é uma inflamação nos sesamoides, dois ossos localizados na sola de
cada pé, próximos ao dedão. “Esses ossos, com cerca de 1 centímetro de
diâmetro cada um, acabam tendo de trabalhar sob uma pressão muito maior
do que aguentam”, diz Marcos Sakaki, ortopedista especialista em pés do
Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP.
Os sintomas da sesamoidite incluem dores
na sola e na dianteira do pé, além de formação de calos e inchaço na
área. Fases avançadas da doença podem levar à necrose do sesamoides – ou
seja, o osso morre por falta de circulação sanguínea. De acordo com
Sakaki, se não houve necrose, é possível reverter a doença. Os
tratamentos iniciais consistem em abordagens que protegem o pé,
diminuindo a pressão sobre eles. Isso pode ser feito com a suspensão do
salto alto, o uso de botas ortopédicas que imobilizem os pés ou de tipos
específicos de palmilha. Se os resultados não forem positivos, ou se
houver necrose dos ossos, recomenda-se a cirurgia.
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