Na busca de tentar reduzir o desemprego no país, o governo do
presidente Michel Temer prepara medida criando a jornada flexível de
trabalho. A proposta é permitir a contratação de trabalhadores por hora
de serviço, em jornada intermitente.
Com isso, empregador poderá escalar o funcionário em determinado horário de trabalho e em dias diferentes da semana.
Em troca, o funcionário poderá ter mais de um emprego, em expediente
flexível, recebendo os direitos trabalhistas de forma proporcional.
A informação sobre os planos do governo para o mercado de trabalho foi antecipada pelo jornal “O Globo”.
A medida deve ser anunciada na próxima semana, mas a equipe
presidencial ainda discute qual instrumento legal será usado para
formalizar a proposta: medida provisória ou projeto de lei.
Os defensores da medida provisória dizem que, com isso, a proposta
entraria em vigor imediatamente, autorizando esse novo modelo de jornada
a partir de agora, período em que há mais contratação de trabalhadores
temporários.
A ala contrária lembra que mexer em direitos trabalhistas por medida provisória é sempre polêmico.
Em setembro, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, chegou a
anunciar que o governo preparava a flexibilização da jornada de
trabalho.
As declarações provocaram reação de sindicalistas e o Planalto cobrou
explicações do ministro e informou que a medida ainda estava apenas em
estudo. Nogueira foi obrigado a dar entrevistas esclarecendo o episódio.
O governo Temer vai aproveitar as mudanças para aumentar também o contrato de trabalho temporário de 90 para 180 dias.
O anúncio será feito junto com a transformação do Programa de
Proteção ao Emprego em permanente, que será colocado em prática por
medida provisória. O programa atual, que inclui especialmente empresas
do setor automotivo, termina neste mês e passará a ser chamado de
Programa Seguro Emprego.
Criado na gestão petista, o Programa de Proteção ao Emprego permite à
empresa reduzir a jornada de trabalho em até 30%, com o governo
bancando ao menos 50% da perda salarial do trabalhador com recursos do
FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
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