O empresário Fred Queiroz, preso na Operação Manus, afirmou, em
delação premiada, que o ex-ministro dos governos Dilma e Temer, Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN) comprou apoio de lideranças políticas nas
eleições de 2014 com R$ 7 milhões, em espécie, no primeiro turno, ao
governo estadual do Rio Grande do Norte.
No relato dele sobre o
segundo turno, Fred admitiu ter usado R$ 4 milhões dos R$ 9 milhões que
recebeu, por meio de sua empresa, também para angariar aliados a Alves.
Como forma de corroboração do relato, o delator entregou planilha com o
detalhamento da aquisição, recebimento e distribuição dos recursos aos
vereadores, prefeitos e deputados estaduais que apoiaram o
ex-parlamentar na candidatura ao Governo do Rio Grande do Norte em 2014.
A Manus, deflagrada no Rio Grande do Norte para apurar fraudes de R$ 77
milhões na construção da Arena das Dunas, prendeu o ex-ministro em 6 de
junho.
O Estadão teve acesso ao termo, homologado entre o
empresário, o Ministério Público Estadual e a Procuradoria da República
do Rio Grande do Norte, na quinta-feira, 24.
Fred Queiroz relatou
que os articuladores da campanha de Henrique Alves ao governo potiguar
‘precisavam de R$ 10 a R$ 12 milhões para a campanha e que os valores
seriam destinados à compra de apoio político’.
Na ocasião, segundo
o delator, o ex-ministro respondeu que não dispunha dos recursos, mas
que ‘tentou viabilizar’ com a Odebrecht e a JBS o montante de R$ 7
milhões.
Por volta do dia 28 de setembro, conforme consta no
documento, “chegaram de R$ 5 a R$ 7 milhões de reais provenientes da
pessoa de ‘Joesley’; e que esses valores não foram declarados em
prestação de contas eleitorais”.
Os R$ 7 milhões, conforme
detalhado na delação, foram entregues numa mala a um assessor particular
do ex-presidente da Câmara Federal num hotel da Via Costeira, na praia
de Ponta Negra, zona Sul de Natal.
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