Os abusos praticados pelas forças do governo de Mianmar contra a
minoria muçulmana rohingya podem constituir crimes contra a humanidade,
segundo o Comitê das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação
contra a Mulher e o Comitê sobre os Direitos da Criança. A informação é
da Agência EFE.
"Estamos particularmente preocupados com o
destino das mulheres e crianças rohingyas, que sofreram sérias violações
dos direitos humanos, incluindo assassinatos e deslocamento forçado",
afirmaram, nessa quarta-feira (4), os especialistas dos dois comitês, em
comunicado.
"Essas violações poderiam constituir crimes contra a
humanidade e estamos muito preocupados com a incapacidade do Estado de
deter essas surpreendentes violações, cometidas sob o comando do
Exército e de outras forças de segurança", acrescentam.
Os dois comitês pediram às autoridades de Mianmar que interrompam
"imediatamente" a violência no estado de Rakhine (antigo Arracão), façam
rápida investigação e processem "energicamente" os responsáveis pelos
casos de violência contra as mulheres e crianças.
Além disso,
solicitaram ao governo de Mianmar que conceda acesso irrestrito e
colaboração com a missão de investigação estabelecida pelo Conselho de
Direitos Humanos.
Por outro lado, os especialistas denunciaram a
situação dos rohingyas - que não são reconhecidos como cidadãos por
Mianmar - e o fato de que estejam submetidos a "altos níveis de pobreza e
desnutrição", com os direitos básicos à educação, ao emprego e à saúde
"muito limitados".
"Pedimos às autoridades de Mianmar que atendam
às necessidades das mulheres e crianças deslocadas internamente, assim
como daqueles que vivem como refugiados em países vizinhos.
Após o ressurgimento da violência no estado de Rakhine, no dia 25 de agosto, mais de 500 mil rohingyas fugiram e se transformaram em refugiados em Bangladesh.
Nenhum comentário:
Postar um comentário