O Brasil está entre os dez países com a maior área irrigada do
planeta, mostra estudo feito pela Agência Nacional de Águas (ANA). De
acordo com o Atlas Irrigação: uso da água na agricultura irrigada,
atualmente o país tem 6,95 Mha (milhões de hectares) que produzem
alimentos utilizando diferentes técnicas de irrigação. A pesquisa,
lançada hoje (2), mostra ainda que o montante é apenas 20% da área
potencial para a atividade.
De acordo com o levantamento, a
Região Sudeste apresenta 2.709.342 hectares (ha) irrigados; a Sul,
1.696.233; a Norte, 194.002 ha; a Nordeste, 1.171.159; e a Centro-Oeste,
1.183.974. O estudo da ANA destaca quatro métodos de irrigação como os
principais no país: por superfície, subterrânea, por aspersão e
localizada, especialmente usadas no agronegócio.
“Em que pese a
diversidade, é possível extrair alguns padrões de larga escala entre
métodos/sistemas e culturas, tais como a forte correlação entre a
inundação e o arroz; entre o gotejamento, o café e a fruticultura; entre
a aspersão convencional com carretéis enroladores (hidro roll) e a
cana-de-açúcar; e entre os pivôs centrais e a produção de outros grãos,
em especial algodão, feijão, milho e soja”, diz o estudo.
Segundo
o atlas, entre os principais cultivos irrigados no país, como arroz,
cana-de-açúcar, culturas em pivôs centrais (método no qual a água é
aspergida por cima da plantação utilizando-se uma tubulação suspensa), a
exemplo do feijão, milho e da soja, e demais culturas e sistemas,
“reitera-se a concentração do arroz no Sul e Tocantins; da cana no
litoral nordestino e no Centro-Sul (São Paulo, sul-sudoeste de Goiás,
Triângulo Mineiro); dos pivôs centrais na região central (em especial
Goiás, Minas Gerais e Bahia); e das demais culturas e sistemas no
Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná e nos estados no Semiárido (em
especial áreas de perímetros públicos)".
De acordo com a agência
reguladora, a irrigação contribui para a estabilidade e o aumento da
oferta de alimentos “e o consequente aumento da segurança alimentar e
nutricional da população brasileira. Tomate, arroz, pimentão, cebola,
batata, alho, frutas e verduras são exemplos de alimentos produzidos sob
alto percentual de irrigação”, diz o atlas.
O estudo ressalta
que, embora o crescimento da irrigação resulte, em geral, no aumento do
uso da água, a atividade contribui para “o aumento da produtividade, a
redução de custos unitários, a atenuação de riscos
climáticos/meteorológicos e a otimização de insumos e equipamentos.”
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