Apesar
dos esforços do Planalto para aprovar uma reforma da Previdência mais
enxuta, o governo de Michel Temer vê um ambiente contaminado no
Congresso e já admite que a votação pode não ser concluída neste ano.
Os principais articuladores políticos do presidente avaliam, em caráter
reservado, que a impopularidade da proposta, a desorganização da base
aliada e o prazo apertado até o recesso do fim de ano podem inviabilizar
o sucesso de uma das principais bandeiras do ajuste de Temer.
Para esses aliados, a única maneira de reduzir as tensões com os
parlamentares que sustentam o governo é antecipar uma reforma
ministerial com a contrapartida de que os partidos entreguem os votos
para aprovar o projeto.
O cenário pessimista contrasta com os planos desenhados há cerca de
três semanas pela equipe econômica, que aceitou reduzir o pacote de
mudanças em uma última tentativa de ganhar apoio e aprová-la na Câmara e
no Senado até dezembro.
Desde então, o governo não fez nenhuma movimentação concreta para
retomar o debate no Congresso. O relator da proposta, Arthur Oliveira
Maia (PPS-BA), foi escalado para sondar seus colegas sobre a disposição
de encarar o tema, mas os primeiros retornos foram negativos.
Na avaliação de auxiliares, o presidente está longe de ter os votos de
308 deputados, necessários para aprovar a Proposta de Emenda à
Constituição que muda as regras de aposentadoria.
Os mais otimistas projetam que a retomada das articulações e a
conquista de apoio serão mais lentas do que o previsto. Portanto, só
haveria tempo hábil em 2017 para que a votação fosse concluída na
Câmara, deixando o tema pendente no Senado no início de um ano
eleitoral.
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