O câncer de próstata é o foco de mais uma edição da campanha Novembro
Azul, organizada pela Sociedade Brasileira de Urologia. O câncer de
próstata, tipo mais comum entre os homens, é a causa de morte de 28,6%
da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. Somente entre
2016 e 2017, 61,2 mil novos casos foram estimados pelo Instituto
Nacional do Câncer (Inca).
Com o intuito de estimular a população
masculina a superar a vergonha em relação ao assunto e cuidar da saúde,
a campanha realiza diversas ações ao longo do mês. Em São Paulo, a programação,
que começa na segunda-feira (5) e vai até dia 23, inclui mutirões para
esclarecer dúvidas, uma caminhada e palestras. Em Brasília, será
realizado na Câmara dos Deputados o X Fórum de Saúde do Homem,
no dia 21. Por ocasião da campanha, como em anos anteriores, o
Congresso Nacional e o Cristo Redentor serão iluminados de azul.
Os
aspectos culturais, como o machismo, têm impacto no diagnóstico e
controle da doença, muitas vezes associada com a perda da virilidade.
Como consequência, há o isolamento e a baixa autoestima do paciente que,
não raro, tem dificuldade para buscar ajuda e médica e durante o
tratamento precisa se afastar das atividades laborais.
“A gente
não consegue conversar porque as pessoas mudam de assunto rapidinho. De
cara, a pessoa quer saber da vida sexual, não quer saber se você passa
mal, se desmaia. Você fica meio invisível. Meu irmão mesmo disse: ‘Você é
um câncer mais ou menos’, porque imagina-se que você tem que fazer
aquela cara de dor, ou então, não considera que você tem câncer”,
desabafa o assistente administrativo Liomardes Lino, que já passou por
uma cirurgia para tratar a doença teve uma recidiva no ano passado, que o
levou à radioterapia.
De acordo com dados do Inca, a cada dez
homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos.
Considerado novo para desenvolver a doença, Lino foi diagnosticado com o
câncer de próstata aos 48 anos, em 2014. Foi por insistência de sua
esposa que fez o exame chamado Antígeno Prostático Específico (PSD), que
acusava um alto grau de anormalidade dos níveis esperados da proteína
produzida pela próstata.
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