Em pronunciamento na sessão da
terça-feira (10) da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Fernando
Mineiro (PT) criticou as “teclas de aluguel” da imprensa potiguar que
“se aproveitam dos acontecimentos nacionais para dizer que a senadora
Fátima Bezerra [PT] irá desistir da pré-candidatura ao Governo do
Estado”.
Para Mineiro, ao contrário desses boatos,
os fatos recentes, referindo-se à prisão injusta do ex-presidente Lula,
“reforçam nosso projeto em nível local”. Ele enfatizou que as notícias
plantadas são “absolutamente falsas”.
“A senadora Fátima, no momento que nós
decidirmos de acordo com a nossa tática, vai apresentar seu nome como
pré-candidata a governadora do RN. Por mais que os adversários desejem
que ela desista, por mais que as teclas de aluguel plantem mentiras em
seus blogs e portais, quero reafirmar que ela será nossa candidata ao
Governo do Estado”, ressaltou.
Mineiro desafiou os que querem derrota-la
a tentar fazer isso “nas urnas, no voto, na política”, mas não com
mentiras, “porque não vão poder inventar processos para prendê-la e
impedir sua candidatura”.
Ele afirmou que a pré-candidatura de
Fátima está sendo construída “a partir do debate com os partidos que
querem somar conosco na construção de um projeto para o RN”. Além disso,
destacou que Fátima “apoia e tem o apoio de Lula”.
Para Mineiro, o que vai nortear esse
projeto “é o enfrentamento a questões como o rombo fiscal, a falta de
segurança e a crise hídrica, além de responder às questões da educação,
saúde, juventude e mulheres, atendendo às demandas do nosso povo simples
da cidade e do campo”.
Mineiro citou o PC do B e o PHS como
exemplos de partidos com os quais o PT está dialogando com vistas a
formar uma aliança em torno da pré-candidatura da senadora Fátima
Bezerra. Além disso, ressaltou que o partido vai apresentar
candidatos/as a deputado/a estadual e deputado/federal.
Em seu quarto mandato de deputado
estadual, Mineiro é um dos pré-candidatos do PT a Deputado Federal. “Não
adianta eleger governador/a e presidente/a sem um Legislativo forte,
que não enfraqueça o Executivo”, ponderou.
Perseguição a Lula
Mineiro iniciou seu pronunciamento
denunciando que a história brasileira “é marcada pela perseguição
àqueles/as que lutam contra a injustiça social”. A afirmação fez
referência ao episódio da prisão do ex-presidente Lula, no último sábado
(7), em São Bernardo do Campo (SP).
Mineiro afirmou que essa perseguição “é a
marca da elite brasileira” e que o ex-presidente, condenado sem provas,
“é mais um a enfrentar essa estrutura atrasada”.
“Mas, diferentemente de outros momentos
da história, dessa vez temos alguém com profunda ligação com o povo. A
elite jamais vai compreender isso, porque não conhece o povo. Lula
conhece porque é um do povo”, comentou.
Ele disse que o Supremo Tribunal Federal
(STF), esquecendo seu próprio histórico, “tomou a posição de continuar a
perseguição” ao ex-presidente ao negar o habeas corpus pedido pela
defesa de Lula.
“A Suprema Corte cumpriu o roteiro
traçado por um dos golpistas lá atrás, que afirmou que o golpe seria
‘Com o Supremo e com tudo’”, observou, numa referência à famosa frase do
senador Romero Jucá (PMDB-RR), em conversa gravada com o ex-presidente
da Transpetro, Sérgio Machado, sobre o “grande acordo nacional” para
cassar a presidenta eleita Dilma Rousseff (PT).
Mineiro registrou que o juiz de primeira instância não esperou nem a
publicação do acórdão pelo STF para determinar a prisão de Lula.
“Mas os vitoriosos do momento não tiveram como levantar o troféu que
desejavam, porque a foto que circulou o mundo não foi a imagem do
ex-presidente algemado, mas sim do Lula nos braços do povo em São
Bernardo do Campo”, ponderou.
Mineiro destacou que “Lula fez uma profunda transformação social no
país”, o que nunca foi aceito pela elite nacional, que ele classificou
como “reacionária, ignorante e inimiga da democracia”. “O ódio de classe
permeia a história do Brasil”, arrematou.
Ele assegurou que a militância de esquerda, não só petista, “vai
enfrentar esse momento de pé”, ressaltando que a razão da perseguição ao
ex-presidente Lula é tirá-lo das eleições de 2018.
“Vamos enfrentar o fascismo, o ódio e o preconceito nas ruas, nas
redes e onde for preciso. A Direção Nacional do PT se reuniu essa semana
para reafirmar que o Lula é o nosso pré-candidato a presidente do
Brasil. Vamos fazer a disputa junto com a sociedade”, enfatizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário