O país fechou o ano passado com o índice de Gini, principal medida da
desigualdade de renda, estável. O rendimento médio mensal real
domiciliar per capita ficou em 0,549, praticamente igual ao de 2016, e
mesmo com variação pequena em 2017, o indicador subiu em todas as
regiões, com exceção do Sudeste, onde o índice recuou de 0,535 para
0,529.
Os dados são da pesquisa Rendimento de todas as fontes de
renda 2017, divulgada hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
estatística (IBGE), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). O índice de Gini é o instrumento
que mede o grau de concentração de renda da população, mostrando a
diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos
Nas
regiões Sudeste, Nordeste e Sul, as mais populosas do país, esses
índices foram de 0,529, 0,567 e 0,477, respectivamente. Assim, a Região
Sudeste foi a única a reduzir o indicador que, em 2016, foi de 0,535. As
demais regiões apresentaram indicadores maiores que no ano anterior.
“É
bom lembrar que, apesar do quadro não ter se alterado muito, o Brasil
está entre os países com maior desigualdade no mundo. Somos talvez o
segundo na América Latina. Se olharmos para o ranking mundial,
ele é bem mais elevado, e talvez sejamos um dos últimos colocados”,
disse o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, do IBGE.
“A
situação permaneceu estável tanto no país quanto nas cinco grandes
regiões e nas 27 unidades da federação. Não percebemos avanço, nem
recuo, mas se percebe que a situação de desigualdade no Brasil continua
bastante perversa."
Segundo Azeredo, o país até vinha em um
processo de avanço, mas com a crise econômica, a desigualdade persistiu.
“Houve aumento do índice no Sudeste, mas foi em razão de ter sido a
região que mais sofreu com a crise. Teve a questão do preço do barril de
petróleo, perda do número do trabalho com carteira assinada e na
qualidade do emprego”.
A redução no índice de Gini no Sudeste, de
acordo com o coordentador, não se deu pelo avanço da população de menor
renda. “Não foi ela que subiu um degrau, mas foi quem estava em cima
que desceu um degrau e não é essa a melhor forma de se reduzir a
desigualdade. O ideal é que se reduza desigualdade com todo mundo
avançando”, afirmou.
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