Quarenta organizações internacionais, entre elas a Anistia
Internacional (AI), Human Rights Watch (HRW) e as organizações não
governamentais (ONGs) latino-americanas Associação Pró Direitos Humanos,
do Peru, e Desenvolvimento da América Latina (Cadal), da Argentina,
pediram nesta terça-feira (10) ao presidente da Coreia do Sul, Moon
Jae-in, que dê prioridade aos direitos humanos na próxima cúpula com a
Coreia do Norte.
As ONGs enviaram carta a Moon, onde celebram o
degelo das relações entre os dois países e reivindicam que as conversas
do próximo dia 27 levem a uma melhora na situação dos norte-coreanos.
"Saudamos
o renovado diálogo intercoreano, mas isso não será significativo para o
povo da Coreia do Norte se não levar a uma melhoria na terrível
situação dos direitos humanos no país", disse o diretor da HRW para a
Ásia, Brad Adams.
Pyongyang e Seul farão uma histórica cúpula no próximo dia 27, o
primeiro encontro entre líderes dos dois países em 11 anos. Espera-se
que a desnuclearização da península seja um dos pontos principais das
conversas.
Na carta, as organizações pedem ao Sul que convide o
líder norte-coreano, Kim Jong-un, a seguir as recomendações sobre
direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), assim como
participar da troca de informação com as organizações internacionais e
permitir os encontros entre famílias coreanas separadas.
"Como o
Conselho de Segurança da ONU reconheceu, os abusos contra os direitos
humanos na Coreia do Norte e as ameaças à paz e à segurança
internacional estão intrinsecamente ligados", acrescenta Adams no
comunicado.
Essas organizações estimam que desde o início da
guerra entre as duas Coreias, na década de 1950, cerca de 1 milhão de
coreanos foram separados de seus familiares, vítimas de desaparecimentos
forçados ou sequestrados.
"Os abusos na Coreia do Norte não
tinham comparação no mundo contemporâneo, e incluíam o extermínio,
assassinato, a escravidão, tortura, prisão, os estupros, abortos
forçados e outras formas de violência sexual", detalha a carta.
Apesar
do degelo entre os dois países, essas ONGs consideram que a Coreia do
Sul "não deveria ceder diante das ameaças aos direitos humanos do Norte"
e destacam a necessidade de "pressionar" para que elas façam parte das
negociações.
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