Com a mesma gravata colorida com as cores do Brasil utilizada quando o
país foi escolhido sede da Olimpíada de 2016, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou pela primeira vez desde que foi preso em Curitiba. De lá, por videoconferência, ele prestou depoimento como testemunha de defesa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, em ação penal que apura suposta compra de votos da Olimpíada Rio 2016.
- Lula negou saber de 'negociata' para trazer a Olimpíada ao Rio
- Disse que pediu apoio a países africanos, mas que não havia acordo
- E defendeu o ex-presidente do COB Carlos Arthur Nuzman
- Antes, Cabral prestou solidariedade a Lula pela morte de Dona Marisa
A fala do ex-presidente durou cerca de 50 minutos. Especificamente sobre a denúncia, Lula minimizou.
"Eu não sei qual é o critério para alguém que diz que foi trapaça (a
escolha da Rio-2016). Esse senhor (procurador) não deve conhecer nada."
Ao final, houve também espaço para o humor. O juiz encerrou o
depoimento dizendo que valorizava a importância histórica de Lula e
lembrou as Diretas Já. Até que o ex-presidente o convidou para um
comício.
"Senhor Luiz Inácio, muito obrigado. Inclusive pela postura que se
portou. O senhor é uma figura importante no nosso país, é relevante sua
história para todos nós. Para mim, inclusive. Aos 18 anos estava aqui
num comício na Avenida Presidente Vargas com um milhão de pessoas e eu
estava lá usando o boné e a camiseta com seu nome", dizia o magistrado
quando foi interrompido.
"Pode usar agora (o boné e a camisa)", rebateu Lula em alusão a sua
pré-candidatura apesar da prisão. E completou. "Quando eu fizer um
comício agora vou chamar o senhor para participar".

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