O incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, situado na Quinta da Boa
Vista, na capital fluminense, foi controlado apenas por volta das 3h da
manhã desta segunda-feira (3). Porém, os bombeiros continuam no local
fazendo o trabalho de rescaldo e de combate a outros focos de fogo. As
informações são do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.
Até o momento, não há registros de focos de incêndio na mata que cerca o museu, localizado em um parque nacional.
O Corpo de Bombeiros informou que a partir das primeiras horas desta
manhã homens de 13 quartéis e 24 viaturas estavam no local. Integrantes
da Polícia Federal, Polícia Militar e da Guarda Municipal, além de
profissionais de saúde, também foram chamados para colaborar com os
trabalhos.
Vários diretores, funcionários e pesquisadores do Museu Nacional
passaram a noite no local acompanhando os trabalhos e tentando
colaborar. Havia preocupação com as dificuldades em controlar as chamas,
a ausência de água e o risco de desabamento.
Oficialmente, o Corpo de Bombeiros informou que não há ainda dados
sobre as causas do incêndio. Ontem (2), funcionários do museu relataram
problemas na obtenção de água, pois dois hidrantes não funcionaram no
momento em que os bombeiros estavam no local.
Como o museu está em uma colina, no parque nacional, há uma série de
limitações para o fornecimento de água. Os bombeiros confirmaram que o
abastecimento de água foi feito por carros-pipa, cedidos pela companhia
de água e esgoto do Rio de Janeiro.
Acervo
O Museu Nacional do Rio reunia um acervo de mais de 20 milhões de
itens dos mais variados temas, coleções de geologia, paleontologia,
botânica, zoologia e arqueologia. No local, estava a maior coleção de
múmias egípcias das Américas.
No local, também estava Luzia, o mais antigo fóssil humano encontrado
nas Américas, que remete a 12 mil anos, e representa uma jovem de 20 a
24 anos. No museu, havia ainda o esqueleto do Maxakalisaurus topai,
maior dinossauro encontrado no Brasil.
O museu é a mais antiga instituição histórica do país, pois foi
fundado por dom João VI em 1818. É vinculado à Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), com perfil acadêmico e científico. Tem nota
elevada nos institutos de pesquisa por reunir peças raras, como
esqueletos de animais pré-históricos e múmias.
História
O local foi sede da primeira Assembleia Constituinte Republicana de
1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892. O edifício
é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan).
O Museu Nacional do Rio oferece cursos de extensão e pós-graduação em
várias áreas de conhecimento. Para esta semana, era esperado um debate
sobre a independência do país. No próximo mês, estava previsto o IV
Simpósio Brasileiro de Paleontoinvertebrados no local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário