O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes
defendeu hoje (22) que a Procuradoria-Geral da República investigue o
deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). No fim de semana,
foi divulgado um vídeo nas redes sociais, gravado meses atrás, em que o
deputado diz que bastaria um cabo e um soldado para fechar o Supremo
Tribunal Federal (STF).
“É inacreditável que no Brasil do século 21, a Constituição com 30
anos, ainda tenhamos que ouvir tanta asneira vinda da boca de quem
representa o povo”, disse ao participar de um evento sobre os 30 anos da
Constituição Federal, no Ministério Público de São Paulo.
Para o ministro, a afirmação de Eduardo Bolsonaro pode configurar
crime previsto no Artigo 23 da Lei de Segurança Nacional – incitar
animosidade entre as Forças Armadas e outras instituições.
“Não é possível que simplesmente se afirme isso e depois se diga que
estava brincando. Não se brinca com a democracia, com o estado
democrático de direito, com a estabilidade republicana”, disse após
enfatizar que o fato merecia “imediata abertura de investigação.”
Parafraseando Thomas Jefferson, terceiro presidente norte-americano,
Moraes ressaltou que situações como essa merecem atenção. “Confirma uma
das frases mais importantes de um dos grandes democratas, um dos pais
fundadores dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, que disse: 'o preço da
liberdade é a eterna vigilância'”, destacou. “Nada justifica a defesa de
fechamento de instituições republicanas com legitimidade
constitucional.”
No vídeo, gravado antes do primeiro turno, Eduardo Bolsonaro é
questionado por um estudante sobre a hipótese de o Supremo impedir a
posse de seu pai, uma vez que ele seja eleito, se seria o caso de fechar
a instituição. O parlamentar respondeu que: “Se quiser fechar o STF,
sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo.
Não é querer desmerecer o soldado e o cabo”.
Ontem (21) na sua conta do Twitter, Eduardo Bolsonaro pediu desculpas
e justificou a resposta a uma “hipótese esdrúxula”. O candidato do PSL à
Presidência, Jair Bolsonaro, rechaçou a possibilidade de fechamento do
Supremo.
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