O Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro vai recorrer ao Tribunal
de Justiça (TJ) para tentar reverter a decisão judicial que impôs à
agente comunitária de saúde Rosilaine Santiago a perda da guarda de seu
filho de 8 anos pelo fato de ela morar em uma área considerada de risco.
Em nota, o MP considerou a decisão de entregar a criança ao pai, que
vive em Santa Catarina, absurda e preconceituosa e disse que vai agir na
qualidade de garantidor da ordem jurídica e dos direitos democráticos,
uma vez que a pobreza não pode ser fator preponderante para definir quem
melhor exercerá a guarda de um filho.
Rosilaine cresceu em Manguinhos, na zona norte do Rio, tem casa
própria na comunidade, trabalha com carteira assinada como agente
comunitária de saúde e é aluna da Escola Politécnica de Saúde Joaquim
Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz, onde faz o curso de técnico em agente
comunitário de saúde. O pai, que reivindica a guarda, é militar e vive
em Joinville (SC).
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio disse que vai cobrar da
Justiça explicações sobre o caso. Diante das críticas, o TJ foi
procurado e respondeu, por meio da assessoria de imprensa, que os
processos de guarda são sigilosos e que os magistrados não podem
comentar decisões e sentenças em processos que ainda estejam em
tramitação.
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