A hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta, é
uma das doenças mais comuns nos dias de hoje. E não é só no Brasil.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta é a causa de 51% das
mortes por Acidente Vascular Cerebral e por 45% das mortes por problemas
cardíacos em todo o mundo. A hipertensão arterial também é responsável
pelo desenvolvimento de outras doenças cardiovasculares, como diabetes,
obesidade, colesterol elevado e também doenças renais.
Mas você sabia que crianças e adolescentes também podem ser afetados
por este mal? Dados divulgados em 2013 pela Sociedade Brasileira de
Cardiologia mostravam que a pressão alta atingia 6% da população
infanto-juvenil, ou seja, cerca de 5 milhões de crianças e adolescentes.
A maioria dos casos está relacionada à má alimentação, ao consumo de
alimentos industrializados e fast foods.
Segundo a nutricionista Mayara Olikszechen, da Fundação Pró Renal, para que as crianças tenham uma alimentação saudável, regrada e balanceada e evitem o consumo de alimentos prejudiciais à saúde é necessário o incentivo dos pais. “Sempre procurar oferecer alimentos in natura, evitando hambúrgueres, batatas fritas, nuggets e sanduíches em geral que, além de conterem sódio em excesso, possuem glutamato monossódico, substância que confere maior sabor, mas que é excitatória do sistema nervoso central, podendo causar enxaquecas, câncer, hipertensão arterial sistêmica e outras doenças crônicas”, aconselha.
A ingestão de açúcares não é recomendada, principalmente até os dois
anos de idade. “Depois disso, é importante evitar ter alimentos
açucarados em casa e evitar oferecê-los a todo tempo quando estiver fora
também. Inevitavelmente a criança irá consumir na escola ou em festas
de aniversário, por exemplo”, explica a nutricionista. O consumo
eventual e moderado não é o problema, e sim o consumo diário e em
grandes quantidades. Os carboidratos simples, como doces e guloseimas em
geral, também devem ser evitados. “O indicado é optar por carboidratos
integrais, como arroz e pão, e incluir batata doce, inhame e outros
carboidratos cheios de fibras na alimentação também é interessante”,
indica Mayara.
O consumo de água e a prática de exercícios físicos também devem ser
incentivados pelos pais ou responsáveis, pois são atitudes que ajudam a
prevenir o desenvolvimento desta doença, considerada pela OMS como um
mal silencioso por não apresentar nenhum sinal até que as consequências
sejam graves, como lesões no coração, cérebro, rins, entre outras. Se
não tratada, a hipertensão arterial pode causar problemas sérios à saúde
das crianças e adolescentes, como o aparecimento de doenças renais. A
nutricionista da Fundação Pró Renal aconselha os pais a observarem se a
criança apresenta inchaço nas pernas e pés, se tem mais sede e se a
coloração da urina está mais escura. “São sinais de que algo não está
indo bem com os rins. Nem todo indivíduo hipertenso terá a doença renal
crônica. A hipertensão arterial sistêmica é fator de risco, por isso,
mudanças na alimentação e estilo de vida podem prevenir a doença renal”,
afirma.
Proteínas em excesso também são fatores de risco para o
desenvolvimento de uma doença renal, mas em medidas certas não há
problema, explica Mayara. “Não se restringe proteínas na infância e
adolescência para não afetar o crescimento e o desenvolvimento, a não
ser que a criança ou o adolescente apresente a doença renal crônica,
sendo avaliado individualmente”, explica. Crianças a adolescentes que
tenham insuficiência renal/doença renal crônica devem ser acompanhadas
por um nefrologista que indicará o melhor tratamento.
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