Para quem acompanha os números do mercado, não há como negar: a
ausência de uma educação financeira para as gerações anteriores foi
bastante maléfica. Dados da Associação de Educação Financeira do Brasil
-AEF-Brasil- revelam que existem hoje mais de 60 milhões de brasileiros
com o nome negativado e um superendividamento dos aposentados,
consequência de uma geração que não teve acesso e também pouco debatia
temas que envolviam planejamento e organização familiar. Não por acaso o
tema passou a conquistar destaque nos últimos anos, principalmente
entre as escolas a partir de 2017, quando educação financeira foi
incluída na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da educação infantil e
ensino fundamental.
Por isso, até o início do ano letivo de 2020, as instituições de
ensino precisam adequar os currículos e propostas pedagógicas,
incorporando a educação financeira como uma disciplina transversal. Para
entender o que há por trás desse conceito, vale salientar que ensinar
finanças é ir muito além de guiá-los nas contas de adição e subtração na
hora de receber o troco na padaria, mas sim, de maneira mais macro,
compreender a importância dos números e saber contextualizar as
informações, aplicando os conceitos no que concerne os juros e
porcentagens, por exemplo. Por isso é importante dentro ambiente escolar
criar situações que representem o mundo real, desenvolvendo métodos
para que a educação vá além de se relacionar com a matemática,
trafegando também por todas as áreas do conhecimento.
O tema já é recorrente em outros países e na Maple Bear é trabalhado a
partir da Metodologia Canadense, que aborda as situações por meio de
atividades, como jogos e brincadeiras, além de atividades extraclasses. É
uma forma de engajar a partir de experimentações e descobertas,
estimulando o raciocínio crítico e fazendo com que os estudantes
entendam o conceito de valor na prática, mas em um ambiente controlado.
Desta forma, a escola fomenta a criatividade, a autonomia e a capacidade
de autoaprendizagem crítica de novos saberes, desenvolvendo
habilidades.
A educação financeira, vista da ótica de integradora, é primordial na
medida em que o dinheiro está inserido em praticamente todos os
aspectos do cotidiano. Aprender a trabalhar com valores desde a primeira
infância faz com que as crianças desenvolvam um maior senso de
responsabilidade, e se tornem adultos que, mais do que saber como fazer a
gestão financeira, também vão utilizar os recursos de forma
inteligente. É válido também acrescentar que a educação tem um efeito
multiplicador, uma vez que os estudantes, ao compartilharem com os pais
os conhecimentos adquiridos em sala de aula, replicam e transferem para
eles as noções adquiridas nos diferentes contextos, ensinando-os como se
comportar diante das mais variadas condições encontradas no cotidiano. *Por Peter Visser
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