A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo
de cinco dias para que a Presidência da República se explique sobre o aumento de impostos sobre os combustíveis, anunciado pelo governo no último dia 20 de julho.
A
determinação foi feita dentro de uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) aberta pelo PT no Supremo, questionando a
validade do decreto que aumentou as alíquotas do Programa de Integração
Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
(Cofins) incidentes sobre a gasolina, o diesel e o etanol.
O
partido de oposição argumenta que, conforme determina a Constituição, o
aumento de tributos só poderia ocorrer por meio de projeto de lei votado
no Congresso e que, mesmo no caso de aprovação, precisaria de 90 dias
após a sanção para poder entrar em vigor.
O argumento é o mesmo
usado em uma ação popular que levou o juiz Renato Borelli, da 20ª Vara
Federal de Brasília, a conceder uma liminar suspendendo a alta no preço dos combustíveis, no dia 25 de julho. A decisão acabou derrubada no dia seguinte
pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1),
Hilton Queiroz, após recurso da Advocacia-Geral da União (AGU).
A
AGU usa argumentos econômicos para justificar a medida, defendendo a
legalidade do aumento por ser “imprescindível” para o equilíbrio das
contas públicas. O órgão estimou em R$ 74 milhões o prejuízo diário com a
interrupção da cobrança.
A presidente do STF, ministra Cármen
Lúcia, já havia negado, no dia 26 de julho, decisão liminar favorável à
suspensão do aumento, deixando para Rosa Weber, relatora da ação
protocolada pelo PT, a decisão após o retorno do recesso. Após o prazo
de cinco dias para a Presidência, ela deu mais três dias para que a
Procuradoria-Geral da República (PGR) e a AGU também se manifestem.
A
previsão do governo é arrecadar mais R$ 10,4 bilhões com o aumento do
PIS/Cofins sobre os combustíveis, de modo a conseguir cumprir a meta
fiscal de déficit primário de R$ 139 bilhões para este ano.
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