A insatisfação dos brasileiros com a educação aumentou nos últimos
quatro anos segundo a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira –
Educação Básica, realizada pela Confederação Nacional da Indústria
(CNI). A pesquisa foi aplicada em 2017 em parceria com o movimento Todos
Pela Educação. E segundo os dados tabulados, a reprovação é mais
pronunciada em relação às escolas públicas: quase um terço dos
entrevistados (26%) considera o ensino no nível médio como ruim ou
péssimo.
Em 2013, quando levantamento semelhante foi feito, o percentual era
15%. Caiu também de 48% para 31% o percentual dos que consideram o
ensino médio como ótimo ou bom. Nas escolas particulares, os
entrevistados que consideravam essa etapa escolar como ótima ou boa
também diminuiu de 76% para 64% no mesmo período. A avaliação negativa
manteve-se em cerca de 3%.
A percepção da maioria entrevistada também é que os estudantes não
estão preparados para a etapa escolar seguinte ou para o mundo do
trabalho. Apenas 12% dos brasileiros acreditam que o aluno do ensino
médio das escolas públicas está bem preparado para se inserir no mercado
profissional e quase um quarto da população (23%) diz que está
despreparado. Em 2013, 55% dos brasileiros consideravam que o aluno
estava bem ou razoavelmente preparado e agora esse percentual é 42%.
O levantamento foi realizado com duas mil pessoas entre 15 e 20 de
setembro do ano passado em 126 municípios pelo Ibope Inteligência.
Segundo os dados, aumentou de 61% para 74% o percentual dos que
concordam totalmente que um ensino de baixa qualidade é prejudicial para
o desenvolvimento do país.
“A pesquisa reforça a constatação de que educação brasileira precisa
se aproximar do mundo do trabalho, preparando o jovem para uma vida
social e profissional plena”, analisa o diretor-superintendente do
Serviço Social da Indústria (SESI), Rafael Lucchesi, que também é
diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). “A
reforma do ensino médio deu um passo nessa direção, ao incluir a
formação técnica e profissional no currículo regular”, complementa.
A visão dos entrevistados sobre a baixa qualidade da educação é
confirmada por resultados de proficiência dos estudantes em exames
nacionais e internacionais. O Brasil ficou na 63ª posição em ciências,
na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática, em 2015, no Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), coordenado pela
Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Nenhum comentário:
Postar um comentário