Depois de ter registrado retirada líquida - mais saques que depósitos
- nos dois primeiros meses do ano, a caderneta de poupança voltou a
atrair o interesse dos brasileiros em março. No mês passado, a captação
líquida - depósitos menos retiradas - somou R$ 3,98 bilhões, informou
hoje (5) o Banco Central. O resultado é o melhor para meses de março
desde 2013, quando os depósitos tinham superado as retiradas em R$ 5,96
bilhões.
Apesar do desempenho positivo em março, as retiradas
continuam maiores que os depósitos em 2018. No primeiro trimestre, a
caderneta de poupança registrou saques líquidos de R$ 1,93 bilhão. Mesmo
assim, esse foi o melhor resultado para o período desde 2014, quando a
aplicação tinha registrado captações líquidas de R$ 5,39 bilhões.
Até
2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança.
Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o
início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a
retirar dinheiro da caderneta para cobrirem dívidas, num cenário de
queda da renda e de aumento de desemprego.
Em 2015, R$ 53,57
bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história.
Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A
tendência inverteu-se em 2017, quando as captações excederam as
retiradas em R$ 17,12 bilhões.
A poupança voltou a atrair
recursos mesmo com a queda de juros. Isso porque o investimento voltou a
garantir rendimentos acima da inflação, que está em queda. Nos 12 meses
terminados em março, a poupança rendeu 5,5%. O Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA)-15, que funciona como uma prévia da inflação
oficial, acumula 2,8% no mesmo período. No dia10 (terça-feira), o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o IPCA
cheio de março.
Nenhum comentário:
Postar um comentário