Um grupo de indígenas e quilombolas fez um protesto ontem (19) em
frente ao Palácio do Planalto contra cortes à assistência estudantil e
pela garantia permanente de liberação de bolsas universitárias.
Classificando a demora na concessão da bolsa permanência, que para 2018
só foi autorizada na semana passada, cerca de 150 jovens de diferentes
etnias se revezaram em danças típicas e cantos de protesto.
Durante pouco mais de uma hora, eles bloquearam uma das faixas da
Esplanada dos Ministérios, avenida que fica entre o Planalto e o
Congresso Nacional, a espera de uma resposta do governo sobre as
reivindicações. Segundo eles, as negociações anteriores com o Ministério
da Educação não surtiram o efeito desejado, apesar da autorização de 2,5 mil bolsas de
estudos para o segundo semestre deste ano. Eles argumentam que a
demanda anual é de 5 mil vagas e que as bolsas liberadas terão repasse
somente no prazo de dois meses.
A estudante de química Roseli Batalha Braga, da Universidade Federal
de São Carlos (Ufscar), pertence à etnia Omágua/Kambeba, que fica no
município São Paulo de Olivença (AM), no Alto Solimões. "Hoje em dia tem
42 etnias estudando na Ufscar. Entraram 76 estudantes este ano e até
agora o ministro não tinha liberado as bolsas permanências que auxiliam
os estudantes nas universidades", afirmou.
Segundo ela, os estudantes protestam também contra a possibilidade de
o Plano Nacional de Assistência Estudantil passar a ser administrado
pelo Ministério da Educação, e não por cada centro universitário. "Isso
não pode acontecer. Lutamos para continuar essa gestão nas
universidades", disse Roseli,
Para Joane Santos, estudante de Filosofia da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia, outra demanda dos estudantes é para que a forma de
repasse das bolsas seja garantida por meio de uma legislação que não
dependa de portarias periódicas. "A gente não quer ter que se deslocar
até Brasília todos os semestres para se preocupar com nossa permanência
na universidade. Estamos lutando para ter visibilidade e para que eles
não esqueçam que estamos aqui não para pedir um favor, e sim
reivindicando uma coisa que é nossa", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário