terça-feira, março 12, 2019

Empresário é preso durante operação que investiga fraude no Carf.

O empresário Átila Reys Silva foi preso temporariamente durante a Operação Checkout, deflagrada hoje (12) pelo Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal e Receita Federal para apurar irregularidades em processos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Segundo a procuradoria, Silva atuava como lobista, intermediando negociatas para o favorecimento de companhias com pendências em tramitação no órgão vinculado ao atual Ministério da Economia.

Também foram cumpridas 23 ordens de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. De acordo com o MPF, Silva tinha acesso a informações fiscais sigilosas e oferecia facilidades ilícitas a empresas contra as quais havia cobranças de impostos em atraso e multas. “O investigado integrava uma extensa rede de agentes, que incluía também advogados, servidores públicos e ao menos dois membros do Conselho”.

A ação de hoje foi um desdobramento da Operação Descarte, ocorrida há pouco mais de um ano, que prendeu suspeitos e recolheu provas sobre um esquema de lavagem de dinheiro usando empresas de fachada. A partir dessas evidências, a polícia chegou ao empresário que, segundo as investigações, administrava uma conta em nome de uma empresa fantasma usada para receber dinheiro vindo do esquema.

O caso que levou à Operação Checkout envolve a empresa CVC Turismo, que teve dívidas de R$ 161 milhões abatidas por decisão do Carf em 2014 após o pagamento de R$ 39 milhões em propinas ao grupo.

Durante as buscas, os investigadores localizaram documentos e dispositivos, e também joias, além de cerca de R$ 85 mil em espécie. O MPF aponta que, a partir do material apreendido, as autoridades pretendem identificar todos os destinatários da propina milionária. A procuradoria aponta que o lobista e as duas empresas vinculadas a ele receberam a maior fatia do dinheiro.

Há indícios ainda de que parte da propina foi transferida para empresas de fachada e parte para companhias que faziam a emissão das cifras para o exterior. O grupo é investigado pelas práticas de sonegação tributária, corrupção ativa e passiva e organização criminosa, além de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

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