O empresário Átila Reys Silva foi preso temporariamente durante a Operação Checkout, deflagrada hoje (12)
pelo Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal e Receita
Federal para apurar irregularidades em processos do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Segundo a procuradoria, Silva
atuava como lobista, intermediando negociatas para o favorecimento de
companhias com pendências em tramitação no órgão vinculado ao atual
Ministério da Economia.
Também foram cumpridas 23 ordens de busca e apreensão nos estados de
São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. De
acordo com o MPF, Silva tinha acesso a informações fiscais sigilosas e
oferecia facilidades ilícitas a empresas contra as quais havia cobranças
de impostos em atraso e multas. “O investigado integrava uma extensa
rede de agentes, que incluía também advogados, servidores públicos e ao
menos dois membros do Conselho”.
A ação de hoje foi um desdobramento da Operação Descarte, ocorrida há
pouco mais de um ano, que prendeu suspeitos e recolheu provas sobre um
esquema de lavagem de dinheiro usando empresas de fachada. A partir
dessas evidências, a polícia chegou ao empresário que, segundo as
investigações, administrava uma conta em nome de uma empresa fantasma
usada para receber dinheiro vindo do esquema.
O caso que levou à Operação Checkout envolve a empresa CVC Turismo,
que teve dívidas de R$ 161 milhões abatidas por decisão do Carf em 2014
após o pagamento de R$ 39 milhões em propinas ao grupo.
Durante as buscas, os investigadores localizaram documentos e
dispositivos, e também joias, além de cerca de R$ 85 mil em espécie. O
MPF aponta que, a partir do material apreendido, as autoridades
pretendem identificar todos os destinatários da propina milionária. A
procuradoria aponta que o lobista e as duas empresas vinculadas a ele
receberam a maior fatia do dinheiro.
Há indícios ainda de que parte da propina foi transferida para
empresas de fachada e parte para companhias que faziam a emissão das
cifras para o exterior. O grupo é investigado pelas práticas de
sonegação tributária, corrupção ativa e passiva e organização criminosa,
além de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
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