Após 47 dias do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, o
Senado instala hoje (13) à tarde a Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) para apurar as causas da tragédia de Brumadinho. Na primeira
reunião da CPI, marcada para as 14h, será eleito o comando da comissão,
proposta pelos senadores Carlos Viana (PSD-MG) e Otto Alencar (PSD-BA).
Além de Viana e Alencar, vão integrar a CPI de Brumadinho os
senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG), Roberto Rocha (PSDB-MA), Dário
Berger (MDB-SC), Márcio Bittar (MDB-AC), Randolfe Rodrigues (Rede-AP),
Jorge Kajuru (PSB-GO), Telmário Mota (Pros-RR), Jean Paul Prates
(PT-RN), Wellington Fagundes (PR-MT), Selma Arruda (PSL-MT), Rose de
Freitas (Pode-ES) e Leila Barros (PSB-DF).
A CPI de Brumadinho recebeu o apoio de 42 senadores. Conforme o
requerimento de criação, apresentado no dia 7 de fevereiro, o prazo para
apuração das causas do rompimento da barragem da mineradora Vale será
de 180 dias. O levantamento mais recente da Defesa Civil de Minas Gerais
confirma 197 mortes e 111 desaparecidos na área atingida pela lama da
barragem.
Os senadores anunciaram a intenção de convocar os responsáveis pela
fiscalização da barragem, representantes do Ministério Público, do
governo estadual e dos órgãos ambientais. Devem ser ouvidos
representantes da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Agência Nacional
de Mineração (ANM). Para Alencar, a apuração das responsabilidades vai
permitir a elaboração de normas para evitar outras tragédias da mesma
natureza.
"É preciso investigar e dar resposta à sociedade, sobretudo ao povo
de Minas, que anseia pela investigação e punição, não só no que se
refere à Vale, mas aos homens da empresa e do governo de Minas que
favoreceram a instalação da barragem. O Rio Paraopeba está praticamente
sem oxigênio, está morto e pode continuar assim por 30 anos. Temos que
impedir que novas tragédias aconteçam em um setor importante para o
país, mas que não pode se autorregular", afirmou.
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