Lula acredita que daqui a meio século,
quando puder falar sobre o mensalão sem a pressão da conjuntura, a
posteridade vai reescrever o noticiário. “A história não é contada no
dia seguinte, a história é contada 50 anos depois”, afirmou. “E eu acho
que a história vai mostrar que, mais do que um julgamento, o que nós
tivemos foi um linchamento, por uma parte da imprensa brasileira, no
julgamento.”
Em entrevista a uma dupla de repórteres
—Tereza Cruvinel e Leonardo Cavalcanti—, Lula falou sobre o escândalo
que enodoou seu primeiro mandato como se desejasse reencarnar no futuro
na pele de biógrafo de si mesmo. Por ora, ele mede as palavras: “Eu
tenho me recusado a falar disso porque sou ex-presidente, indiquei os
ministros. Vou falar quando o julgamento terminar.”
A língua, porém, já não segue totalmente
os comandos do dono: “Uma coisa eu não posso deixar de criticar. Se
pegar o último julgamento agora [dos embargos infringentes], o que a
imprensa fez com o Celso de Mello foi uma coisa desrespeitosa à
instituição da Suprema Corte, que é o último voto. Ou seja, depois dela,
ninguém mais pode falar…”
Lula não está abespinhado apenas com a
imprensa. Faz reparos também à atuação de alguns ministos que ele
próprio indicou para o STF. Nesse ponto, porém, sua língua é mais
comedida. Indagado sobre qual teria sido seu maior equívoco como
presidente, o entrevistado pôs-se a falar do Supremo.
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