O plenário do Bundestag, a Câmara dos Deputados da Alemanha, aprovou
nesta sexta-feira (30) a legalização do casamento homossexual no país,
um projeto liderado pelos social-democratas, rompendo o acordo de
coalizão com os conservadores da chanceler Angela Merkel. A informação é
da Agência EFE.
A três meses das eleições gerais, a iniciativa foi apoiada por 393 deputados, recebeu 226 votos contrários e quatro abstenções.
O
projeto recebeu o apoio dos deputados do Partido Social Democrata (SPD,
sigla em alemão), da Esquerda e dos Verdes, além de integrantes da
União Democrata-Cristã (CDU), partido de Merkel, que liberou o voto.
A
chanceler foi uma das primeiras a depositar seu voto na urna, colocada
no centro do plenário, e escolheu o cartão vermelho, que representava o
"não" à legalização do casamento entre homossexuais.
O porta-voz
social-democrata, Thomas Oppermann, defendeu o passo dado por seu
partido, que forçou a discussão da iniciativa antes do término da
legislatura, recuperando um projeto de lei de 2015 que já tinha passado
pelo Bundesrat, a câmara alta, e que estava estacionado no Bundestag.
Em
nome da União Democrata-Cristã, o líder do grupo parlamentar, Volker
Kauder, se transformou em porta-voz dos que defendem que "o casamento é a
união entre um homem e uma mulher", mas disse respeitar seus
companheiros que têm opinião diferente.
"Eu, pessoalmente, nunca
colocarei minha assinatura em algo que represente o casamento para
todos, por motivo de consciência", declarou Kauder, que expressou dúvida
sobre a constitucionalidade da lei, ao entender que a concepção cristã
do casamento está protegida na lei fundamental alemã.
Do mesmo
partido, o deputado Khan Marco Luczak defendeu o "sim" ao projeto, ao
lembrar que o respeito, o amor e a convivência são valores tradicionais
que devem ser defendidos pelos conservadores
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