Após o discurso do presidente Michel
Temer (PMDB) classificando a denúncia do procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, como uma “peça de ficção”, os dois principais
procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba se
manifestaram nas redes sociais afirmando que Temer não tem mais
condições de ficar no cargo.
Depois de afirmar que o governo do presidente Michel Temer (PMDB)
“sufoca” a Polícia Federal ao suspender a emissão de passaportes, o
procurador Carlos Fernando dos Santos Lima subiu o tom das críticas ao
presidente. Em seu perfil no Facebook, o investigador disse que Temer
foi “leviano, inconsequente e calunioso ao insinuar recebimento de
valores por parte do PGR” no pronunciamento feito na terça para se
defender da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot.
O investigador comparou Temer ao ex-presidente da República Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), réu na Lava Jato, e disse que o peemedebista
não têm mais condições de ficar no cargo. “Já vi muitas vezes a tática
de ‘acusar o acusador’. Lula faz isso direto conosco. Entretanto, nunca
vi falta de coragem tamanha, usando de subterfúgios para dizer que não
queria dizer o que quis dizer efetivamente. Isso é covardia e só mostra
que não tem qualificação para continuar no cargo”, escreveu Santos.
Em outra publicação na rede social, Santos afirma que o presidente é
“incapaz” de se defender dos fatos” e defende que a Câmara dê o aval
para a abertura do processo contra Temer no Supremo Tribunal Federal
(STF). “Se Temer confia tanto na ausência de provas, que se deixe julgar
pelo STF. Que a Câmara dos Deputados não se torne um sepulcro caiado”,
escreveu.
Os ataques do procurador ao discurso de Temer começaram na
terça-feira, logo após a fala do peemedebista. Elencando alguns itens da
denúncia, Santos ironizou o discurso de Temer. “Se não há provas, então
o que tem focinho de porco, orelha de porco, rabo de porco e cheira
como um porco, deve ser apenas uma tomada”, escreveu.
Em outro post, o procurador afirmou que “é de se envergonhar termos
um acusado na Presidência da República que sequer se defende dos fatos”.
Também na terça, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato no
Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol, se juntou ao coro de
críticas ao discurso de Temer e citou que o presidente não falou sobre o
recebimento do dinheiro em uma mala por parte do seu ex-assessor
Rodrigo Rocha Loures.
Além disso, o procurador afirmou que a denúncia apresentada por
Rodrigo Janot é “suficiente” para acusar Temer e que o País precisa de
um presidente com condições morais para governar. “Hoje mesmo, o governo
balança e não tem condições de concentrar suas atenções num projeto
para o País. O foco é salvar a própria pele. Se queremos ter condições
para o desenvolvimento da economia, o que precisamos é de um presidente
revestido de condições morais para governar”, escreveu. Via PnoAR.
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