Manifestantes fazem atos de protesto no Rio de Janeiro e em São
Paulo contra as reformas propostas pelo governo federal. A mobilização
faz parte da greve geral convocada hoje (30) pelas centrais sindicais e movimentos sociais. O
governo federal defende que as reformas da Previdência e trabalhista
são necessárias para a implantação do ajuste fiscal das contas públicas,
a retomada do emprego e do crescimento da economia.
Rio de Janeiro
A
concentração começou às 17h, na Igreja da Candelária, e às 18h40 os
manifestantes tomaram a Avenida Rio Branco, e se dirigiram pela Avenida
Presidente Vargas até a Central do Brasil. Pouco depois das 20h,
quando a manifestação já havia chegado em frente à Central do Brasil, um
grupo demnaifestantes iniciou uma briga com um homem que seria um
policial infiltrado. Com a confusão, a Polícia Militar agiu e dispersou
os manifestantes ao longo da Avenidade Presidente Vargas. Alguns
manifestantes quebraram pontos de ônibus e jogaram bombas e pedras
contra os policiais.
Entre os participantes da manifestação, estão sindicalistas, estudantes, professores e trabalhadores de outras categorias. "Estamos
aqui protestando contra o sucateamento da Uerj [Universidade Estadual
do Rio de Janeiro]. E também contra a reforma da Previdência. Se ela
passar como está, em vez de me aposentar daqui a quatro anos, só me
aposento em dez anos", disse a professora de história da universidade,
Ana Santiago, mais cedo, antes do início da confusão.
Já o ambientalista Sérgio Ricardo defende que o atual governo, de
Michel Temer, quanto o anterior, de Dilma Rousseff, não priorizaram a
criação de reservas naturais e a proteção aos povos indígenas e
ribeirinhos. "Nós sofremos um retrocesso ambiental. E com a reforma da
Previdência, quem mais vai sofrer são os pescadores e os pequenos
agricultores, que não vão conseguir se aposentar ", argumenta Sérgio
Ricardo.
Na manifestação, participantes mascarados ou portando
mochilas estão sendo revistados por policiais militares. Foram colocadas
chapas de compensado nas fachadas das agências bancárias ao longo da
Rio Branco para evitar depredações.
São Paulo
Na
capital paulista, os manifestantes fizeram ato na Avenida Paulista. A
marcha saiu da Praça da República e deve seguir até a prefeitura. A
Polícia Militar não estimou o número de participantes.
Pela
manhã, ocorreram atos isolados com bloqueios de vias e de rodovias em
vários pontos, sem afetar o trânsito da cidade. O transporte público,
ônibus e metrô, funcionou normalmente, pois as categorias de
trabalhadores do setor não aderiram à greve geral.
No final da
manhã, a Força Sindical, uma das centrais que convocou a paralisação,
promoveu um ato, em frente à sede regional da Superintendência do
Ministério do Trabalho. Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT),
outra organizadora da greve, fez uma mobilização em frente ao Museu de
Arte Moderna (Masp), na Avenida Paulista. No ato, o presidente nacional
da CUT, Vagner Freitas, disse que a paralisação mostrou a força dos
trabalhadores e chamou os militantes a acompanhar a tramitação da
reforma trabalhista no Senado, que foi votada ontem (29) na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ).
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