O Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA) afirmou na
quinta-feira (1º) que Washington leva "muito a sério" as denúncias sobre
um possível ataque com armas químicas em Ghouta Oriental, o principal
reduto da oposição na periferia de Damasco, e advertiu que se as
acusações procederem, a Rússia também será considerada responsável.
"Os
Estados Unidos estão extremamente preocupados com um novo relatório
sobre o uso de gás cloro por parte do regime sírio para aterrorizar
civis inocentes em Ghouta Oriental. Levamos muito a sério essas
acusações e estamos investigando os relatórios", declarou a porta-voz do
Departamento de Estado, Heather Nauert, durante entrevista em
Washington.
Nauert lamentou que se os relatórios forem corretos,
este seria o terceiro ataque químico nos últimos 30 dias feito por parte
do regime do presidente sírio, Bashar al Assad, contra os moradores de
Ghouta Oriental, com o propósito de "aterrorizar inocentes civis".
Questionada
pela possível responsabilidade da Rússia nesses ataques, devido ao
apoio que o país oferece ao regime sírio, Nauert não hesitou em
denunciar o papel do Kremlin.
"Está claro que a Rússia tem
influência [sobre Assad], mas não está tomando a decisão correta. A
Rússia tem que fazer mais e é responsável pelas ações do governo sírio",
argumentou a porta-voz.
Ela acusou Moscou de ter permitido que o
atual regime siga "de pé", graças ao apoio militar que Putin ofereceu a
Assad ao longo do conflito.
Apesar da crescente tensão na Síria,
Nauert defendeu uma solução diplomática e pediu que a comunidade
internacional "exija responsabilidades" e condene os ataques "com uma
única voz".
Em abril de 2017, os Estados Unidos determinaram
represálias militares contra o regime de Assad, em resposta a um ataque
químico similar, e suas Forças Armadas bombardearam a base aérea de
Shayrat.
Fontes do Pentágono consultadas pela Agência EFE não quiseram se pronunciar sobre a possibilidade de uma reação similar.
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