Uma bebê que foi desacreditada pelos médicos ainda na barriga da mãe
completa, neste mês de março, três anos de vida. A família mora em
Santos, no litoral de São Paulo, e a menina, que nasceu com apenas
metade do coração, tem acompanhamento constante em um hospital de São
Paulo, onde ela luta pela vida desde o nascimento.
A pequena Manuella Amaral, de dois anos, foi diagnosticada com síndrome
da hipoplasia do coração esquerdo ainda na barriga da mãe, com poucos
meses de gestação. Isso significa que o lado esquerdo do coração de
Manuella não se desenvolveu completamente, deixando a menina com
limitações e presa a um tratamento contínuo pelo resto da vida.
De acordo com o cardiologista William Costa, professor de Cardiologia
do curso de Medicina da Universidade Metropolitana de Santos, a síndrome
é uma doença rara. "Quando a pessoa tem esse problema, quer dizer que o
lado esquerdo, que envia o sangue para todo o organismo, não funciona.
Foi um desenvolvimento anormal desta cavidade do ventrículo esquerdo",
conta.
O cardiologista explicou que a doença é diagnosticada em fase fetal,
como foi a de Manuella, "Essa bomba propulsora atrofiada inviabiliza a
vida. A criança precisa de cirurgia o mais precocemente possível. Muitas
vezes, esses casos podem evoluir para o não desenvolvimento fetal e o
bebê morre antes de nascer. Manuella faz parte de um grupo priveligiado e
raro", explica.
"Descobriram que ela tinha a síndrome ainda na minha barriga. Falaram
que ela não iria sobreviver. Depois, me encaminharam para o Hospital do
Coração (HCor) em São Paulo e, desde a gravidez, a Manuella é
acompanhada e faz tratamento. A primeira cirurgia dela foi com um dia de
vida", conta a mãe da menina, Aline Amaral, que com 32 anos vive apenas
para cuidar da filha.
Manuella nasceu no dia 31 de março e, no primeiro dia de vida, foi para
a sala de cirurgia para colocar um stent no coração, o que os médicos
chamam de cirurgia híbrida, por conta do problema de desenvolvimento. A
menina ficou 15 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HCor, teve
diversas convulsões, mas lutou pela vida e conseguiu ir para casa.
Após três meses, a menina voltou para a sala de cirurgia onde precisou
fazer cateterismo e, com seis meses, foi necessária outra cirurgia. "Com
seis meses de vida, ela já tinha feito três cirurgias importantes e
delicadas. A Manuella é uma guerreira", conta.
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