O inquérito que investiga a venda de registros de sindicatos no
Ministério do Trabalho demonstra que a corrupção é mais ou menos como o
futebol. Ninguém marca gol sozinho. Há toda uma estrutura por trás: o
clube, o médico, o técnico e o time em campo, preparando a jogada. A
corrupção é igual. Há o presidente do clube (Temer), o partido aliado
(PTB de Roberto Jefferson), e o time de servidores levantando a bola
para que agentes políticos —como a deputada Cristiane Brasil– marquem
gols contra o erário.
Indicada por Temer para o cargo de ministra do Trabalho, a filha de
Roberto Jefferson só não sentou na cadeira porque a Justiça impediu.
Agora, além de ordenar batidas policiais de busca e apreensão no
gabinete e nas residências de Cristiane Brasil, em Brasília e no Rio, o
ministro Edson Fachin, do Supremo, proibiu a ex-quase-futura-ministra de
entrar no Ministério.
A safadeza tornou-se um moto-contínuo nos ministérios. Na pasta do
Trabalho a delinquência é mais ofensiva, porque desrespeita os 13
milhões de desempregados que deveriam merecer a atenção de um ministério
qualificado. No governo Temer, ministros e servidores que têm alguma
qualidade precisam disfarçar ou se esconder. A atual administração não
foi feita para competentes. Muitos acreditam que o governo Temer, com
apenas 3% de aprovação, está derretendo. É mais grave do que isso. O
governo está apodrecendo. Convém retirar as crianças da sala na hora do
noticiário.
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