Dados coletados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP), mostram que hoje existem 750.983
estudantes com algum tipo de deficiência convivendo com os demais alunos
nas escolas de todo o Brasil. O número é 6,5 vezes maior que o apurado
em 2005. Segundo Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga e especialista
em educação especial e em gestão escolar, esses resultados são reflexos
de uma maior conscientização da população sobre o assunto, aliada as
políticas públicas dos últimos anos, e são o começo de um longo caminho.
Outro fator que contribui para esse aumento, foi a Lei Brasileira da
Pessoa com Deficiência (ou Estatuto da Pessoa com Deficiência), aprovada
em 2015. A lei tem como objetivo assegurar e promover, em condições
iguais, o exercício dos direitos e liberdades da pessoa com deficiência,
visando essa inclusão social e cidadã. Por isso, ela proíbe a cobrança
de valores adicionais nas matrículas e mensalidades por parte das
escolas particulares em casos de alunos com deficiência.
“São números significativos, mas há muito trabalho a ser feito, não
só por parte das escolas e da comunidade, mas também dos governantes. É
necessário que continuem investindo em políticas públicas,
conscientização e estrutura, para que essas pessoas tenham acesso à
educação igual aos demais”, comenta.
Apesar das boas notícias, Ana Regina alerta para as dificuldades da
inclusão efetiva nas escolas, como a falta de capacitação por parte do
corpo docente, que em sua grande maioria não está preparado para receber
pessoas com deficiência. E a falta de conhecimento sobre as
características das deficiências por parte dos alunos e do meio em
geral, que também dificultam esse processo.
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