O Dia Mundial da Conscientização Contra a Violência à Pessoa Idosa é
comemorado na próxima sexta-feira (15). No Rio Grande do Norte, os
números causam preocupação. Apenas em 2017, 784 casos de violência foram
registrados por denúncias do Disque 100. Essa quantia representa mais
de dois casos de abusos por dia.
Para Adna Martins, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da
Pessoa Idosa, esse dado é alarmante. “O RN está entre os 10 Estados com
registros de violência contra o idoso no Disque 100. É muito”, alertou.
Os dados ainda apontam que, no ano passado, o mês mais violento em
terras potiguares foi em julho. Ao todo, foram 86 casos anotados no
serviço telefônico de denúncias. Em contraponto, aparece março, com 52.
De acordo com a presidente do conselho, a quantidade deveria ser
ainda maior já que muitos casos não são denunciados. Ela destaca ainda
que boa parte dos casos são cometidos por pessoas próximas à vítima.
“Os idosos não confirmam a denúncia durante nossas fiscalizações.
Muitas vezes é notório que a violência acontece, mas não há anuência do
idoso. Muitas vezes, o algoz é uma pessoa próxima – um filho, um irmão. É
comum que os idosos sejam chantageados e ameaçados até de morte para
não fazerem a denúncia”, advertiu.
Questionada sobre uma forma de melhorar os casos de violência, Adna
destacou a educação como ponto inicial. Além disso, ela cobrou mais
divulgação dos meios de denúncias e proteção aos idosos.
“Um dos fatores é a questão da educação. Inclusive nas escolas. Ainda
não usamos isso, mas outros estados realizam capacitações até com
crianças e com a família. Precisamos de mais divulgação sobre a punição e
denúncia dos casos. Isso já melhoraria bastante. Tudo se inicia pela
educação. Sem ela, tudo se torna mais difícil”, disse.
Em Natal, a Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social
(Semtas) é que presta assistência aos idosos. No entanto, Adna
acrescentou que o atendimento ainda fica a desejar em todo o RN.
“Na capital, a Semthas faz um trabalho muito bom para assistir esses
idosos. No RN, ainda não temos algo voltado para o atendimento direto
para a pessoa idosa. O que fazemos é a fiscalização das ações dos
municípios. A desvalorização é um problema no Brasil todo. Estamos muito
aquém de um atendimento de qualidade”, finalizou.
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