Policiais e bombeiros militares, da ativa e reserva, se reuniram
nessa quinta-feira, 14, em protesto frente ao crescente índice de
violência no Rio Grande do Norte. Com as fotos dos 15 policiais
assassinados este ano nas mãos, o grupo seguiu em caminhada e carreata
do cruzamento das avenidas Salgado Filho e Bernardo Vieira até a
Governadoria, no Centro Administrativo do Estado. Além dos militares,
estavam presentes familiares das vítimas e trabalhadores da segurança
privada. Na segunda-feira, 18, um novo ato ocorrerá.
“Os policiais e bombeiros, responsáveis diretos pela segurança da
população, se dedicam para oferecer segurança aos potiguares. No entanto
as condições de trabalho pioram cada vez mais, o que tem refletido nos
recorrentes casos de assassinato de policiais. A corporação já está
escassa. Somente na Polícia Militar temos o déficit de mais de cinco mil
policiais. E como não se bastasse, tem de lidar na luta diária com
viaturas sem manutenção, comprando o próprio fardamento, equipamentos
defasados. Reitero a afirmativa: para proteger, os policiais precisam
estar protegidos pelo Estado”, aponta o subtenente Eliabe Marques,
presidente da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do RN
(ASSPMBMRN).
Ao término do ato, ainda em frente à Governadoria, foi reforçada a
convocação dos policias e bombeiros militares para estarem presentes no
local na segunda-feira (18), às 9h. O objetivo é cobrar do Executivo o
cumprimento dos itens não efetivados do Termo de Compromisso e Acordo
Extrajudicial firmado em janeiro deste ano. Já foi protocolado pelas
associações representativas dos policiais e bombeiros militares o pedido
de audiência com o governador do Estado no dia.
“Cobramos o cumprimento deste Acordo junto ao Governo do Estado, mas
cobramos também o Legislativo, o Judiciário e o Tribunal de Contas do
Estado, que são autoridades e podem criar medidas eficazes para combater
a violência no RN. Nós, militares estaduais, estamos prontos para o
trabalho. Mas as autoridades integrantes desses quatro poderes, ao se
omitirem da responsabilidade, puxam o gatilho que matou os policiais”,
ressalta o presidente da ASSPMBMRN.
Entre as demandas em atraso de cumprimento está o pagamento do décimo
terceiro salário; atualização do subsídio; a majoração do vale
alimentação (atualmente com valor defasado em R$ 10); renovação do
fardamento (visto que a última compra foi realizada em 2015); reforma e
ampliação das unidades policiais; manutenção de viaturas; retirada dos
policiais militares das unidades prisionais. “O Governo se comprometeu
com a categoria, ainda em 2017, que retiraria os policiais lotados
atualmente nas penitenciárias logo após o concurso e efetivação de novos
agentes penitenciários. O concurso foi realizado, os novos agentes
estão ativos. Porém, mais de 500 policiais militares continuam em desvio
de função”, critica o subtenente.
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