A Faculdade Zumbi dos Palmares afastou um professor que sacou uma
arma para um estudante na quarta-feira (7). Segundo a faculdade, um
professor de Direito Penal, que é policial militar aposentado, abordou
um grupo de jovens que estariam usando maconha em uma área fora do
prédio, localizado no Centro Esportivo Tietê, no Bom Retiro, região
central de São Paulo.
A abordagem ocorreu no intervalo entre as
aulas, durante o período noturno. O professor teria pedido ao grupo que
deixasse de usar drogas. Como as pessoas se recusaram, ele, então, pediu
que o acompanhasse à diretoria da faculdade. Na versão apresentada à
instituição, o professor alegou que se sentiu ameaçado pelo grupo e, por
isso, sacou a arma para se defender. Pelo menos um deles era aluno da
instituição – do curso de Publicidade e Propaganda.
Uma colega de
sala, que preferiu não se identificar, contou que presenciou o momento
em que o jovem foi levado pelo professor à diretoria, após a abordagem.
De acordo com a testemunha, o professor disse que o aluno serviria de
“exemplo” para a instituição.
No dia seguinte à abordagem, a
faculdade abriu uma sindicância interna para apurar os fatos. E, na
sexta-feira, informou, em nota, o afastamento preliminar do professor.
Segundo
o reitor da instituição, José Vicente, o próprio docente pediu para ser
afastado. “Ele foi preventivamente afastado para tratarmos com isenção o
caso e preservar a integridade moral dele e dos alunos. O trânsito dele
provocaria um desconforto para todos”, explicou o reitor. “A atitude do
professor está dentro do contexto dos fatos lá fora (do prédio). Não
tem a ver com os valores acadêmicos. As condutas, seja de usar drogas ou
reagir a isso, não são condutas que a instituição recepciona”, disse.
O
Diretório Central dos Estudantes (DCE) Dandara dos Palmares repudiou a
ação do professor, caracterizada como “traumática” e “abuso de poder”.
“Ressaltamos a importância de medidas preventivas e reparativas”, disse.
Segundo
José Vicente, as aulas seguem normalmente. Estudantes, no entanto,
relatam que têm sofrido ameaças após o episódio. Uma nova sindicância
foi aberta para analisar os relatos. “As pessoas que se sentiram
ameaçadas foram instruídas a fazer boletim de ocorrência”, disse o
reitor.
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