O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz
Eduardo Barata, disse ontem quarta-feira (8) que, embora o nível de
chuva no Brasil tenha melhorado no mês de agosto, os resultados baixos
desde fevereiro não favorecem um bom desempenho para a geração de
energia até o fim do período seco, no fim de novembro.
De acordo com Barata, essa condição pode determinar a manutenção da
bandeira vermelha na tarifa de energia até novembro. Apesar de dizer que
não gosta de comentar uma situação que pertence à seara da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), acrescentou que as previsões não
são favoráveis.
“De fato já estamos agora basicamente no meio do período seco e os
sinais que temos dos institutos de clima são de que não deve ter mudança
nenhuma em relação ao que a gente tem. Devemos continuar com uma
primavera seca”, observou, após palestra no evento Brazil Windpower
2018, no Rio de Janeiro. O encontro é organizado pela Associação
Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), pelo Conselho Global de
Energia Eólica (GWEC) e pelo Grupo CanalEnergia.
Barata acrescentou que ainda assim, conta com a chuva, agora, para
reduzir o impacto no futuro. “Essa chuva não penetra e não se transforma
em energia. A vantagem é que como ela umidifica o solo, quando
chegarmos ao período úmido o solo não estará tão seco e, rapidamente, as
chuvas do período úmido se transformam em vazão. Essa é a torcida que a
gente tem”, relatou.
O diretor da Aneel Sandoval de Araújo Feitosa Neto afirmou que ainda
não é possível assegurar que a bandeira vermelha vai seguir até o fim do
período seco, em 30 de novembro. Ele informou que a definição da
bandeira segue a metodologia elaborada em uma norma do órgão baseada em
avaliação mensal dos reservatórios. Embora reconheça que o ONS tem
condições de estimar, com mais antecedência, o tempo de permanência de
uma cor para estipular a tarifa de energia, o diretor completou que a
partir da análise da Aneel é que a cor da bandeira é determinada.
“Não posso precisar se até o fim do ano a bandeira ficará vermelha. O
ONS acompanha e tem maiores informações para antecipar este fato. O que
posso dizer é que a definição do patamar da bandeira é feita em norma
da Aneel. Somente se verifica a cor da bandeira no momento em questão.
Por exemplo, estamos no mês de agosto, a definição da bandeira foi em
julho. Ao final de agosto se avaliarão as condições energéticas e se
chegará a bandeira de setembro e assim sucessivamente”, afirmou, após
participar de um painel no Brazil Windpower.
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