Através do conhecimento em programação e
robótica, crianças estão utilizando a tecnologia não apenas como
entretenimento, mas para contribuir na construção de um mundo melhor.
De diversas idades, essas crianças estão desenvolvendo aplicativos e
games com apelos sociais e que ajudam, inclusive, a combater a
violência.
Criado por um grupo de crianças entre onze e
quatorze anos de idade que cursam ciência da computação em São Paulo, o
dispositivo robótico “S.O.S Sequestro”, ajuda pessoas a serem
encontradas em casos de seqüestro. Camuflado em uma peça de roupa, como,
por exemplo, um cinto, o dispositivo conta com um botão que ao ser
acionado, envia um sinal Bluetooth para um aplicativo de celular que por
sua vez manda um sinal de alerta para pessoas previamente cadastradas. A
mensagem manda inclusive a localização do GPS.
A dona desta idéia inovadora é Ana Amélia, de
apenas onze anos, que contou com a ajuda de Gabriel (13) e Guilherme
(14) para colocar em prática. O projeto que já conta com um protótipo
funcionando, está à caminho de uma versão wearable, ou seja,
uma tecnologia móvel “vestível”, que pode ser inserida em diferentes
acessórios. A expectativa é que em breve o S.O.S Sequestro esteja
disponível para download em dispositivos com sistema operacional Android
e iOS.
Com a proposta de ser uma crítica social à
criminalidade no Rio de Janeiro, os games criados por Lucas Mecca (12) e
Pamella Coelho (14), também alunos de ciência da computação, são outros
exemplos de como as crianças estão empenhadas em usar a tecnologia em
prol da sociedade.
O jogo de Lucas criado no Stencyl – ferramenta de
desenvolvimento de videogames, consiste em um carro que passa pela via
expressa Linha Amarela do Estado do Rio de Janeiro. O jogador tem que
conseguir passar sem ser atingido pelas balas disparadas no confronto
entre facções e polícia.
Já o game de Pamella, também desenvolvido na
mesma plataforma, retrata uma sociedade totalmente ligada aos celulares.
O jogador deve conduzir um veículo e conseguir passar por pessoas
denominadas “zombies”, por andarem olhando com a cabeça inclinada e
olhando apenas para seus celulares, esquecendo do seu arredor. O jogo
inclui chuvas de tiros advindos de um confronto de bandidos e policiais,
bem como uma greve de caminhoneiros.
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