O governo federal vai ampliar o poder de fogo do INSS para
identificar fraudes em benefícios, o que deve potencializar a economia
que será obtida com a medida provisória (MP) editada na semana passada
para combater essas irregularidades, disse o secretário de Previdência
do Ministério da Economia, Leonardo Rolim ao jornal O Estado de S.
Paulo.
O texto dá ao INSS acesso às bases de dados da Receita Federal, do
SUS e do FGTS, e o cruzamento dessas informações ajudará a apontar
outros benefícios com indícios de irregularidade para além dos 3 milhões
que já estão no radar da equipe econômica e que passarão por um extenso
pente-fino.
A previsão do governo indica a possibilidade de 16% desses benefícios
serem cancelados, mas Rolim acredita que o índice pode ser facilmente
superado. Por isso, a economia obtida com a MP deve ultrapassar os R$
9,8 bilhões anuais. Além disso, a estimativa não inclui os valores de
benefícios pagos indevidamente, porque eram fraudados ou foram
desembolsados por liminar judicial já revertida, e que o governo
pretende recuperar.
Para o Leonardo Rolim, a medida mostra que o governo está fazendo o
dever de casa antes de propor uma reforma da Previdência, mas “nem de
longe vai resolver o problema”. “O desafio não vai ser resolvido só com
combate à fraude. Vai ajudar, mas não é só isso”, diz Rolim, que
participa das discussões sobre a proposta de reforma que será levada ao
Congresso. Ele evitou dar detalhes, afirmando que tudo precisa ser
validado com o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
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