A sala de jantar do médico Luiz Cláudio Stawiarski está tomada por
insetos. Sobre a mesa, quadros entomológicos exibem as mais variadas
formas de aranhas, besouros e libélulas. Um móvel de madeira posicionado
ao lado da mesa reúne gavetas de borboletas e mariposas. Ao todo, são 2
mil insetos que, neste sábado (23) serão doados ao Museu Nacional do
Rio de Janeiro para ajudar na reconstrução do acervo, destruído por um
incêndio de grandes proporções, em setembro do ano passado.
“Vejam, borboletas de asas verdes, elas são muito raras. E esta, a
maior espécie de mariposa encontrada no Brasil”, diz Luiz Cláudio,
enquanto exibe orgulhoso a coleção. Ele é filho de Victor Stawiarski,
professor de biologia, que por 30 anos, a partir de 1940, deu aula no
Museu Nacional. Os insetos, paixão do pai que faleceu em 1979, foram
coletados tanto pelo pesquisador quanto pelo médico no Rio de Janeiro,
Paraná e Pará. O acervo têm hoje, portanto, entre 30 e 40 anos.
O material que está na casa do médico era usado pelo pai nas aulas
que dava. Além desses, o biólogo havia coletado centenas de outros, que
faziam parte do acervo do Museu Nacional. “Foi a minha filha que deu a
ideia de fazer a doação. Aqui, o material ficava guardado, tudo
bagunçado. Não vou dizer que ele vai voltar para o lugar de onde não
deveria ter saído, porque se não tivesse saído, teria queimado”.
A doação será feita no nome do Victor Stawiarski: “Certeza que de
onde ele estiver, ele estará feliz com isso”. Luiz Cláudio conta que,
por meses, dedicou-se a organizar o material. Colou partes quebradas e
reposicionou alfinetes que haviam se soltado do isopor da base dos
quadros e gavetas.
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