Terminou sem acordo a sessão de mediação realizada na quinta-feira
(21), no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, entre o Flamengo e os
parentes das vítimas do incêndio no Ninho do Urubu. Os parentes dos
jogadores saíram da reunião revoltados com a proposta feita pelo clube.
Sem precisar números, tanto parentes quanto advogados disseram que a
proposta foi pouco superior aos R$ 400 mil e um salário mínimo mensal
oferecidos pelo clube na última reunião.
"O Flamengo passou para toda a imprensa que estava dando todo apoio aos
pais. Eu até hoje não recebi um telefonema do Flamengo. Faltaram com o
respeito. Dinheiro nenhum paga a vida do meu filho. Nós não viemos aqui
atrás disso. Nós viemos atrás de respeito, coisa que eles não tiveram
com os nossos filhos", disse Uedison Cândido, pai do jogador Pablo.
A mãe do jogador Arthur, Marília de Barros, desabafou com os jornalistas e mostrou a tatuagem que fez no braço esquerdo com a figura do filho. "Foi uma covardia. Eu me sinto abandonada pelo Flamengo. A decepção foi muito grande. Os nossos filhos morreram juntos. Então, devemos lutar juntos. O que fizeram com a gente não tem preço, não vão trazer os nossos filhos de volta, mas só que a gente queria a nossa dignidade."
A mãe do jogador Arthur, Marília de Barros, desabafou com os jornalistas e mostrou a tatuagem que fez no braço esquerdo com a figura do filho. "Foi uma covardia. Eu me sinto abandonada pelo Flamengo. A decepção foi muito grande. Os nossos filhos morreram juntos. Então, devemos lutar juntos. O que fizeram com a gente não tem preço, não vão trazer os nossos filhos de volta, mas só que a gente queria a nossa dignidade."
Os representantes do Flamengo, incluindo o vice-presidente jurídico,
Rodrigo Dunshee de Abranches, deixaram o nono andar do Tribunal de
Justiça sem se pronunciar. Dunshee de Abrantes também abandonou a
entrevista coletiva após a primeira reunião da força-tarefa criada para
negociar as indenizações às famílias dos jogadores. Procurado, o clube
ainda não se manifestou.
No incêndio, ocorrido no dia 8 deste mês em um dos alojamentos do
Centro de Treinamento George Helal, popularmente conhecido como Ninho do
Urubu, morreram 10 jogadores da categoria de base do Flamengo. Três
sobreviveram.
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