Fontes da Santa Sé afirmaram ao GLOBO, sob sigilo, que o Vaticano
pretende usar as denúncias de abusos de menores e corrupção que abalam a
diocese de Limeira, no interior de São Paulo, como exemplo da nova
política da Igreja contra esse tipo de crime. O bispo Vilson Dias de
Oliveira — acusado de corrupção, extorsão e acobertamento de casos de
agressão sexual — deve ser afastado do cargo enquanto durarem as
investigações. Já o padre Pedro Leandro Ricardo, que deixou suas funções
desde o início das investigações de abuso sexual pela polícia, deve ser
expulso da Igreja, punição mais severa antes da excomunhão. O caso
brasileiro servirá para o Vaticano mostrar sua política de “tolerância
zero” a pedofilia e desvios.
Ainda não há prazos para a aplicação das punições previstas ao bispo e
ao padre. Embora o Vaticano entenda que há fortes indícios dos crimes,
neste momento espera-se que dom João Inácio Müller, designado pelo
núncio apostólico no Brasil (espécie de embaixador do Vaticano) para
apurar as denúncias, produza os primeiros resultados. O bispo tem
conseguido avançar com velocidade na apuração. Ele ampliou ontem as
oitivas com padres da região, para além do Conselho de Presbíteros.
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