A polícia holandesa apreendeu nesta semana 2,4 toneladas de cocaína
no Porto de Roterdã. Esta foi a quarta vez, desde outubro do ano
passado, que drogas são encontradas escondidas dentro de contêineres, em
meio a carregamentos de frutas que embarcaram no Porto de Natal, o que
totaliza quase 7 toneladas do pó.
Somando este total às 3,3 toneladas de cocaína descobertas no
terminal marítimo potiguar na semana passada, o volume passa de 10
toneladas em menos de 4 meses. As informações foram confirmadas ao G1
pelo setor de vigilância e repressão da Receita Federal.
A rota marítima internacional de drogas Natal-Holanda foi revelada
pela Polícia Federal também na semana passada, justamente com a
descoberta de drogas no Porto de Natal. De acordo com a Companhia Docas
do Rio Grande do Norte (Codern), estas foram as primeiras apreensões de
entorpecentes da história do terminal, aberto desde 1932.
Por causa das apreensões ocorridas em Natal, as exportações de
mercadorias e produtos para a Europa estão suspensas. Segundo o Comitê
Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte, a única empresa
transportadora que atua no terminal com rota de exportação de frutas
potiguares para a Europa, a CMA-CGM, tem uma remessa de 400 contêineres
prevista para março, mas o envio deixará de ser feito pelo Porto de
Natal e passará para o Porto do Mucuripe, em Fortaleza, no Ceará.
Segundo a própria Codern, cerca de 43 mil toneladas de frutas são
embarcadas, por mês, no Porto de Natal. O G1 não conseguiu falar com a
empresa.
Já no Porto de Roterdã, ainda de acordo com a Receita Federal, a
primeira apreensão de drogas que se tem notícia – feita em meio a um
carregamento de frutas que partiu de Natal – aconteceu em outubro de
2018. Na ocasião, foram encontrados 2,3 toneladas de cocaína. Depois, em
janeiro, foram descobertos mais 408 quilos. E ainda houve, no dia 13
deste mês, a apreensão de 1.850 quilos.
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