O indicador de custos industriais diminuiu 1% no primeiro trimestre
deste ano em relação ao quarto trimestre de 2019, na série livre de
influências sazonais. Foi a maior queda do indicador desde o segundo
trimestre de 2016, informa o estudo divulgado hoje (13) pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI). A queda no custo industrial
foi puxada pela retração de 2,7% nos custos com bens intermediários
nacionais e importados, usados na fabricação de outros produtos.
De acordo com a CNI, o custo com os bens intermediários domésticos
caiu 2,5% no primeiro trimestre do ano frente ao quarto trimestre de
2019. No mesmo período, o custo com bens intermediários importados
recuou 4% devido à valorização do real frente ao dólar. “Um dos grandes
impulsionadores da queda dos custos foi o câmbio. A valorização do real
no primeiro trimestre fez com que os produtos importados ficassem mais
baratos e isso se refletiu nos preços dos produtos nacionais”, afirma o
gerente-executivo de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca.
Segundo a CNI, os demais custos de produção da indústria aumentaram
no primeiro trimestre na comparação com o quarto trimestre de 2018, na
série livre de influências sazonais. O custo com energia subiu 1%,
pressionado pelo aumento de 4,6% na energia elétrica. Foi a nona alta
consecutiva do indicador. O custo com pessoal subiu 1%. Além disso, o
custo tributário aumentou 3,3% e o de capital de giro subiu 2% no
primeiro trimestre frente ao quarto trimestre de 2018, também na série
livre de influências sazonais. A queda no Índice de Custos Industriais
só ocorreu porque os custos com bens intermediários têm o maior peso na
estrutura de custos da indústria.
De acordo com a CNI, o estudo mostra que, mesmo com a queda nos
custos, a indústria brasileira perdeu competitividade e não conseguiu
recompor as margens de lucro. No primeiro trimestre, os preços dos
produtos manufaturados no mercado interno caíram 1,1%, acompanhando a
retração dos custos. Além disso, os preços em reais dos produtos
estrangeiros no mercado interno caíram 3,3% no primeiro trimestre frente
ao quarto trimestre de 2018, superando com folga a queda dos custos. No
mercado externo, os preços em reais dos produtos manufaturados no
mercado dos Estados Unidos caíram 2,1%.
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