A obesidade da mãe pode alterar a eficiência dos componentes de
defesa presentes no colostro, que é o primeiro leite produzido pela mãe e
tem o papel principal de proteção do recém-nascido. A conclusão é da
tese de doutorado da pesquisadora Tassiane Cristina Morais, da Faculdade
de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, com apoio do Centro
Universitário Saúde ABC e da Universidade Federal de Mato Grosso.
No entanto, o colostro de mães obesas apresentou maiores níveis do
hormônio melatonina, que, juntamente com outros dois hormônios - leptina
e a adiponectina -, foi capaz de restaurar a eficácia das células de
defesa do colostro. Segundo a pesquisadora, o fato de haver mais
melatonina no colostro das mães obesas é uma forma de compensação para
restituir a atividade dessas células de proteção.
“O colostro é rico em vários tipos diferentes de células que atuam no
sistema imunológico. Os que têm maior concentração são os macrófagos e
linfócitos, que são dois tipos de células principais que fazem a defesa.
Eu avaliei a parte dos macrófagos, que são células que fazem
fagocitose”, explicou Morais. Na presença de um micro-organismo, essas
células tentam conter sua ação, por exemplo, levando-o à morte.
“As células da mãe obesa, na presença de um micro-organismo, fagocita
menos, é como se ele fosse mais ativo. Para compensar, quando eu coloco
os hormônios nessa célula, eles restituem a atividade dessa célula [de
defesa]. Com os hormônios, a atividade da célula de mãe obesa está
protegendo tanto quanto a de mães não obesas”, acrescentou.
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