Um abismo separa o mundo antes e depois da internet. Os usuários das
redes sociais vivem entre a realidade que supera a ficção e a ficção que
se apresenta como realidade. “Me pergunto sempre se eu vivo para postar
ou posto para viver”, diz a empresária e influenciadora digital Adriana
Naccarato ao programa Caminhos da Reportagem, que vai ao ar hoje (19), às 21h, na TV Brasil.
Em busca de likes e seguidores, os usuários das redes
sociais estão na mira dos psicólogos com um novo tipo de dependência: a
tecnológica. “O brasileiro é o segundo que mais gasta tempo na internet.
São nove horas por dia. Somos os campeões do uso do WhatsApp e estamos
entre os três que mais utilizam as redes sociais”, diz Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).
O estudante Matheus Castillo Lara Campos admite que passou três anos vivendo dentro de uma sala de games.
Passava até 16 horas diante do computador, deixando de tomar banho
durante vários dias. “Naquela época, eu preferia ser quem eu era nos
jogos: um campeão que quando entrava na sala, todo mundo falava
‘caramba, ele chegou’!”. O vício de estar conectado com os games será sempre uma preocupação para os pais de Matheus, que dizem estar alertas com o filho para sempre.
O Caminhos da Reportagem aponta soluções pragmáticas de quem já ficou desconectado por um ano como a fotógrafa Ana Rovati.
Uma das medidas é adotar o mapa físico e voltar a se perder. “Eu estava
com medo de errar, de não saber chegar aos endereços”, conta. No mundo
solitário das conexões digitais, ela descobriu algo que muitos se
esquecem: as pessoas ajudam quando você precisa.
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