O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, decretou estado de
emergência nacional em função das estatísticas de feminicídio e lançou
uma série de políticas públicas e medidas para combater este tipo de
crime no país.
Subsecretário da Presidência, Juan Andrés Roballo, afirmou que as
medidas estão dentro da estrutura da Lei Integral de Gênero e englobam a
ampliação do programa de tornozeleiras eletrônicas, cursos online de
prevenção de abusos sexuais e programas de intervenção em prisões para
homens que cometeram alguma violência de gênero, entre outras.
O anúncio vem após três mulheres terem sido mortas na noite
de Natal deste ano. De acordo com a Coordenação de Feminismos do
Uruguai, apenas em 2019, 35 mulheres foram assassinadas por seus
parceiros ou ex-parceiros. Apesar do número ser muito inferior aos dados
no Brasil, em números relativos, o Uruguai está entre os países que
mais matam mulheres.
Em 2018, de acordo com a Comissão Econômica para América Latina e
Caribe (Cepal), o Brasil registrou 1206 feminicídios, enquanto o Uruguai
registrou 30. Esses números significam que o Brasil tem uma taxa de 1,1
feminicídio a cada 100 mil habitantes. No Uruguai, essa taxa é de 1,7.
Os países da América Latina com maiores taxas de feminicídios são El
Salvador (6,8), Honduras (5,1), Bolívia (2,3), Guatemala (2,0),
República Dominicana (1,9) e Uruguai (1,7).
No ranking, o Brasil aparece pior colocado do que países
como a Costa Rica e o Panamá, com uma taxa de 1,0 feminicídios a cada
100 mil habitantes, e o Peru e a Venezuela, com 0,8.
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