O Ministério Público da Venezuela solicitou nesta quinta-feira (2) ao
Procurador-Geral da República (PGR) do Brasil, Augusto Aras, a
extradição de ex-militares que estariam em um ataque a um quartel perto
da fronteira entre os países.
Segundo o ofício do MP venezuelano, os ex-militares promoveram um
assalto armado no dia 21 de dezembro a duas unidades do Exército daquele
país na cidade de Gran Sabana. Como resultado, um integrante das Forças
Armadas venezuelanas morreu.
Ainda de acordo com o MP da Venezuela, uma investigação foi conduzida
e apontou crimes cometidos pelos ex-militares, como o roubo de material
de guerra que seria utilizado posteriormente em ações terroristas.
Os militares foram localizados pelo exército brasileiro durante
missão de reconhecimento e patrulhamento na área de fronteira na terra
indígena de São Marcos, nordeste de Roraima, no dia 26 de dezembro.
Em nota divulgada no dia 28 de dezembro, o Ministério das Relações
Exteriores (MRE) informou que os cinco militares foram recebidos por
integrantes da força humanitária da Operação Acolhida. Eles poderão dar
início ao processo de pedido de refúgio no país, a exemplo de outros
militares venezuelanos.
“A ´Força Tarefa Logística Humanitária Operação Acolhida´ tem
prestado relevantes serviços no atendimento aos imigrantes venezuelanos
na fronteira norte do Brasil, sendo reconhecida e premiada
internacionalmente”, completou o Itamaraty.
No ofício ao Procurador-Geral da República, o MP da Venezuela baseia o
pleito no tratado de extradição entre os dois países, celebrado em
1938. O MP argumenta no documento que não seria aplicável o processo de
refúgio, pois cometeram “graves delitos comuns”.
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