terça-feira, outubro 15, 2013

Uso recreativo de viagra é como óculos para quem enxerga bem, afirma urologista.

Homens que não sofrem de disfunção erétil não se beneficiam com Viagra, dizem médicos
Não teve baile nem valsa para lembrar a data, mas o Viagra, primeiro e principal medicamento oral para tratar a disfunção erétil (DE), completou recentemente 15 anos no Brasil. Em um país cujo sexo é considerado importante ou muito para a harmonia do casal por 95% dos homens e mulheres e metade da população masculina tem algum grau de DE após os 40 anos, segundo o estudo Mosaico Brasil, realizado em 2008, talvez seja válido dizer que a famosa pílula azul foi bem aceita.

Embora seja vendido sob prescrição médica, sem retenção de receita, e indicado apenas para casos de disfunção erétil, médicos consultados pelo iG afirmam ser comum homens mais jovens, na casa dos 20 anos, e até mulheres com dúvidas se o medicamento melhora o desempenho sexual. A resposta é não. “É mais ou menos como receitar óculos para quem enxerga bem”, diz Geraldo Eduardo de Faria, coordenador geral do Departamento de Sexualidade Humana e Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

De acordo com Faria, o que pode acontecer com pacientes sem disfunção erétil que fazem uso da droga é o efeito placebo, quando um fármaco não apresenta resultados clínicos na pessoa, mas terapêuticos. “Bem comum em jovens. Eles acham que melhora o desempenho, às vezes criam uma dependência psicológica por conta do efeito”, afirma – a fabricante Pfizer informa que não há comprovações científicas que relacionem a dependência clínica ao uso da droga.

Aumentar a dosagem também não significa ereção prolongada. “Estudos clínicos mostram que não há melhora na eficácia, mas podem ter efeitos colaterais: rubor facial, cefaleia (dores de cabeça), peso no estomago, aceleração na frequência cardíaca, mas este caso é mais raro. Na maioria dos pacientes você tem uma tolerabilidade”, explica Eurico Correia, diretor médico da Pfizer no Brasil. Faria complementa: “Se não tiver estímulo sexual não tem ereção. Não tem como ficar horas e horas, e o próprio incômodo que isso causa o faria perder a ereção”.

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