De janeiro de 2018 até esta sexta-feira(17), o Instituto
Técnico-Científico de Perícia (ITEP) recolheu 14 corpos sob a Ponte
Newton Navarro, dos quais 10 foram do sexo masculino. O levantamento do
ITEP, contabiliza corpos que tiveram como
causa da morte a precipitação sobre o Rio Potengi, a partir de 2 de
janeiro ano passado. Nessa data, foi recolhido o cadáver de um homem de
48 anos que tirou a própria vida ao saltar da Ponte Newton Navarro.
Em
2018, outros cinco corpos de homens que se suicidaram no local foram
recolhidos. Em 26 de fevereiro, a vítima também tinha 48 anos. No dia 20
de junho, um senhor de 51 anos foi achado morto. Em julho foram dois
casos, nos dias 8 e 23. Jovens, eles tinham 20 e 19 anos,
respectivamente. O único enterrado como indigente foi encontrado em 7 de
outubro. Até hoje, a identidade dele é desconhecida já que nenhum
parente apareceu no ITEP.
Só em 2019, seis corpos de pessoas que se suicidaram na Ponte Newton
Navarro foram recolhidos, apenas dois a menos do que em todo o ano
passado. A maioria também é de homens: quatro. Um, de 27 anos, foi
encontrado em 26 de janeiro. Os outros em abril. O primeiro deles foi
achado no dia 6, e tinha 28 anos.
Os outros dois homens
encontrados mortos por precipitação na Ponte Newton Navarro foram
recolhidos pelo ITEP depois que religiosos iniciaram um acampamento no
local para conter suicídios. O grupo chegou em 20 de abril. Dois dias
depois, um cadáver de um homem de 56 anos foi achado.
Líder do grupo, o pastor Rubens Medeiros lembra bem daquele dia.
“Fiquei chorando aqui, a tarde toda. Angustiado. Só tinha eu e mais dois
cuidando da ponte inteira. Já tínhamos dobrado. Estávamos cansados”,
recorda.
Outro corpo foi encontrado no dia 24. Era de um homem de
29 anos e estava, de acordo com o ITEP, em “avançado estado de
decomposição”. Isso leva a crer que o suicídio aconteceu antes da
chegada dos religiosos ao local.
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