O Brasil está no topo do ranking em relação ao número
de jovens entre 20 e 24 anos que não estão estudando: 75%. O porcentual é
apontado na versão mais recente do relatório “Education At a Glance”,
da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), que
traz um estudo comparativo sobre índices educacionais entre 41 países.
Embora seja um dado preocupante, a pesquisa mostra que mais da metade
desses jovens estão trabalhando e 57% já concluíram o ensino médio
(50%) ou superior (7%). O detalhamento dos dados brasileiros comparados
aos dos demais países – 34 membros da OCDE e 7 parceiros da organização –
será feito nesta quinta-feira, 15, pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação
(Inep/MEC).
Quando se analisa uma faixa maior de idade, entre 15 e 29 anos, o
relatório conclui que 20% dos brasileiros fazem parte da chamada
“geração nem-nem”, expressão que designa aqueles que não trabalham nem
estudam. O índice é maior que a média registrada pela OCDE em 2014, que
ficou em 15%.
A pesquisa ainda diz que, no Brasil, a taxa de desemprego foi de
menos de 6% em todos os níveis de escolarização, enquanto na OCDE essa
porcentagem varia entre 4,9% (para os que têm ensino superior) e 12,4%
(para os que não terminaram o ensino médio).
Outro dado brasileiro que chama a atenção é que o País também é
“campeão” em disparidade salarial relacionada ao gênero, apesar de ter
tido uma pequena evolução em relação ao relatório de 2015 No ano
passado, o documento mostrou que o salário médio de uma mulher
brasileira com educação superior representa apenas 62% do de um homem
com a mesma escolaridade. Neste ano, representa 65%. Ou seja, a cada R$
100 que um homem ganha, a mulher recebe R$ 65
Mas a situação do Brasil perante os “concorrentes” também tem pontos
positivos. Ao passo que, entre 2005 e 2013, a proporção de gastos
públicos para a educação diminuiu em mais de dois terços dos países
analisados, no Brasil ocorreu o contrário. A média da OCDE é de 11%, mas
o Brasil superou esse índice ao dedicar pelo menos 16% do gasto público
total ao setor, ficando atrás apenas de México e Nova Zelândia nesses
investimentos.
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